Aston Martin DB5: Aristocracia britânica

A Aston Martin cultivou uma imagem de prestígio e exclusividade graças a modelos como o icónico DB5, que espelhava um estilo de vida à inglesa. Nem o agente secreto 007 resistiu a tanto charme.

O prestigiado construtor inglês leva 110 anos de vida e sempre produziu modelos luxuosos, desportivos e com imagem sedutora. Em 1947, o industrial inglês David Brown adquiriu a Aston Martin, a marca ganhou maior visibilidade e os modelos mais exclusivos passaram a ter as iniciais do seu nome (DB). Os anos 60 foram a época de ouro da indústria automóvel britânica com modelos como o DB5, apresentado em julho de 1963, que respeitava a tradição da marca ao combinar linhas elegantes como uma mecânica brilhante. Fez grande furor junto de uma clientela endinheirada e amante de carros desportivos.


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Este coupé é descendente do DB4 Série 5 Vantage, de 1958, embora seja mais comprido 10 cm e tenha linhas mais fluidas, o que causou excelente impressão à época. A carroçaria em alumínio foi construída seguindo a tecnologia “superleggera”. O DB5 foi o primeiro Aston Martin de estrada a ter um motor de seis cilindros em linha de 4.0 litros com 286 cv de potência, capaz de atingir 240 km/h e acelerar de 0 a 100 km/h em 7,8 s. Este motor equipava o carro de competição que venceu as 24 Horas La Mans em 1959, o que mostra bem o ‘poder de fogo’ deste Grande Turismo. Começou por comercializado com caixa de cinco velocidades ZF, mas rapidamente passou a ter uma caixa automática, como opção. O DB5 tinha quatro lugares, era requintado e estava equipado com vidros elétricos e estofos em pele. A imprensa especializada da época dizia «apenas um avião poderia ter um painel frontal com mais interruptores e instrumentos», escreveu a revista inglesa Motor. Foram produzidas 1021 unidades (898 coupés e 123 cabriolets) entre 1963 e 1966.

DB5 no cinema

Há mais de meio século que a conceituada marca fornece soberbos automóveis ao espião de Sua Majestade. O DB5 ganhou notoriedade quando apareceu no filme Goldfinger de 1964, conduzido por James Bond, o agente secreto criado em 1953 pelo escritor inglês Ian Fleming. Nesse filme, Sean Connery usou o DB5 para ir atrás das forças do mal. O carro tinha um radar que permitia seguir o fugitivo Goldfinger, os outros gadgets eram o assento ejetável, duas metralhadoras Browning montadas nos faróis dianteiros, vidros à prova de bala, pára-choques extensíveis e corta-pneus. Anos mais tarde, a Aston Martin decidiu produzir 25 modelos que são uma réplica do carro usado por Sean Connery. Cada réplica foi vendida por 3.2 milhões de euros, sem taxas, e demorou 4.500 horas a construir. Este icónico modelo voltou a ser a estrela em mais sete filmes de James Bond. A última vez que apareceu no grande ecrã foi, em 2021, no filme 007: Sem Tempo para Morrer. Nesse filme o agente secreto (Daniel Craig) utilizou cinco DB5 em oito momentos chave. Cada carro tinha uma especificação própria; um DB5 estava equipado com metralhadoras que saíam dos faróis, outros lançavam bombas, fumo e havia unidades com regulação específica do motor e das suspensões para facilitar as acrobacias, além de estarem equipados com arco de segurança.