O Mali, o Burkina Faso e o Niger assinaram em Bamako um Tratado estabelecendo uma arquitetura de defesa coletiva e de assistência mútua. Os três países comprometem-se a lutar contra o terrorismo e a criminalidade organizada no espaço da Aliança.
«Qualquer ataque à soberania ou integridade territorial de um ou mais dos Estados signatários será considerado um ataque a todos e terá uma resposta coletiva, incluindo o uso da força para restaurar e garantir a segurança», lê-se no documento.
Tal acordo é uma resposta direta e provocatória à ameaça da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) de intervir militarmente no Níger para restabelecer a ordem constitucional no seguimento do golpe militar de 26 de Julho deste ano.
O Tratado tem o nome de Carta de Liptako-Gourma, a região de fronteira comum dos três Estados, vítima nos últimos anos de permanentes ataques jiadistas, de grupos ligados à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico, assim como grupos armados Tuaregues.
É vontade dos três países fazer evoluir a Carta de forma a cobrir também a cooperação económica.
O Mali, o Burkina Faso e o Níger têm em comum ser dirigidos por Juntas Militares na sequência de Golpes de Estado que o ocorreram nos últimos três anos. Desde então, o Mali e o Burkina Faso expulsaram as forças francesas estacionadas no seu território, e sucedem-se no Níger manifestações pedindo o mesmo. O Mali acaba de ordenar também a partida dos Capacetes Azuis da MINUSMA