A Comissão Técnica Independente (CTI) propõe um novo terminal, a redefinição das regras de atribuição de ‘slots’ e o desvio do tráfego não comercial no aeroporto de Lisboa. O estudo para a expansão aeroportuária de Lisboa, revelado esta segunda-feira, propõe medidas para melhorar as condições operacionais do aeroporto Humberto Delgado enquanto se aguarda a decisão de construção de uma nova infraestrutura aeroportuária.
“O Aeroporto Humberto Delgado (AHD) apresenta ineficiência operacional e de ‘layout’ que condicionam o uso da capacidade instalada e a possibilidade de uma solução de médio prazo de incremento de capacidades”, argumenta o relatório da Análise de Curto Prazo da situação atual do Aeroporto de Lisboa. O documento da CTI defende que o foco das intervenções “deve ser orientado para soluções de novas infraestruturas imediatas, expeditas e não limitativas da operação corrente”.
A CTI propõe “a consideração de um novo terminal (T3), e novas placas de estacionamento na zona” do AT1- Aeródromo de Trânsito Militar nº1 (Figo Maduro), apontando uma estimativa de custo de 243,5 milhões de euros para esta intervenção, remetendo valores finais para um estudo prévio.
Sobre as regras de atribuição de ‘slots’ – intervalos horários para descolagem e aterragem -, a comissão considera que a alocação “terá de ser reequilibrada, distribuindo equitativamente ao longo da hora o número de voos”, que o tempo de ocupação terá de ser “redefinido e considerado na coordenação dos ‘slots’ aeroportuários e a necessidade de adotar “uma estratégia de atração das aeronaves de maior capacidade e analisar sistematicamente as causas dos ‘slots’ não utilizados”.
O relatório sugere ainda que todo o tráfego não comercial seja redistribuído por outras infraestruturas aeroportuárias, nomeadamente:
- desvio do tráfego civil para Cascais;
- reorientação do tráfego militar (VIP) para uma base aérea que não impacte com a operação do Humberto Delgado, a analisar com a Força Aérea Portuguesa (FAP);
- tráfego charter não regular e operações exclusivas de carga desviado para a base aérea de Beja
No documento da CTI, é salientado ainda que, “além das limitações físicas, a capacidade do aeroporto é também prejudicada por alguns serviços, claramente subdimensionados, e que não dão resposta aos fluxos de passageiros que se concentram nos terminais de passageiros nos períodos horários de maior movimento”.
Sublinhe-se que o documento já tinha sido entregue ao Governo, “para análise, no início de setembro”, de acordo com a comissão, que explicou que “contém um conjunto de medidas que o executivo, se assim o entender, pode colocar já em prática”, sem ter de “aguardar pelo relatório final”, que deverá ser entregue ao Governo até 31 de dezembro, estando previsto que indique a melhor solução para o futuro aeroporto da região de Lisboa.