O Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde, o etíope Tedros Ghebteyesus, anunciou esta semana que a OMS autorizou uma segunda vacina contra o paludismo.
Produzida pelo Serum Institute da Índia, a R21/Matrix-M permite imunizar crianças duma forma segura e eficaz. Em 2021, já a britânica GSK (GlaxoSmithKline) tinha lançado uma primeira vacina anti-malária, a RTS,S ou Mosquirix.
A nova vacina já foi autorizada no Gana, Nigéria e Burkina Faso, e agora será usada em todo o Continente. Ao fim da administração de três doses, a vacina permitiu reduzir 75% dos casos sintomáticos de paludismo durante 12 meses, e uma quarta dose ao fim de um ano manteve a proteção.
A malária ou paludismo é uma doença endémica na África Sub-Sahariana, com cerca de 220 milhões de casos anuais, causando mais de meio milhão de mortes. A maior parte das mortes ocorre em crianças com menos de cinco anos.
Trata-se duma doença parasitária dos glóbulos vermelhos do sangue, provocada por um protozoário do género Plasmodium (o mais grave o Falciparum), transmitida pela picada da fêmea do mosquito Anopheles. É infecciosa, febril, aguda e potencialmente grave.
O facto de passar a haver dois laboratórios farmacêuticos a produzir as vacinas permitirá aumentar significativamente a sua produção (às quinze milhões de doses produzidas pela GSK, o laboratório indiano juntará, no mínimo, mais de cento e cinquenta milhões de doses anuais), e espera-se também uma diminuição importante de custos.
A OMS salienta, porém, que estas importantes descobertas científicas não representam ainda o princípio do fim da doença, pelo que não se devem abandonar, nem o uso de mosquiteiros, nem dos sprays inseticidas. São, todavia, um passo fantástico na luta contra esta doença.