Celebrámos esta semana os 113 anos da implantação da República em Portugal. A questão está pacificada e, portanto, não vou tornar a questão de regime no núcleo central deste artigo. Mas vou tentar demonstrar como alguns dos mais entusiastas republicanos – e o próprio espírito republicano – se tornaram nos principais inimigos da democracia.
É fácil falar no que evoluímos na instrução, na saúde pública, na mortalidade infantil, ou na pobreza dos idosos. É fácil comparar números, partindo do que existia em 1910 ou em 1974. Esta é a maior falácia socialista dos nossos dias. Se recuarmos 200 anos, encontraremos ainda mais pobreza e exclusão. Se recuarmos 300 anos, encontraremos barbárie na aplicação da justiça e no estatuto dos indígenas nas nossas colónias. Portugal tem de se comparar com os outros países europeus nos mesmos períodos e não nos nossos próprios blocos históricos. E, lá está, António Costa, esse grande republicano, não assume um pingo de responsabilidade por manter Portugal cada vez mais atrasado no crescimento económico, na inovação tecnológica, na emigração jovem. Já fomos, ou estamos prestes a ser, ultrapassados pela Roménia. Que vergonha! Que hipocrisia!
Augusto Santos Silva é outro republicano que enche a boca para falar de liberdade, democracia, desenvolvimento, de República. E pratica precisamente o contrário daquilo que afirma. Trata alguns deputados eleitos pelo povo português como representantes de segunda ordem, patrocina exposições sobre o fascismo, mas impede as mesmas sobre os crimes do comunismo, e, conforme se viu nos últimos dias, condena todo o tipo de violência, exceto se for contra deputados ou dirigentes do CHEGA.
Nunca pensei que poderíamos ter um Presidente pior do que Ferro Rodrigues, mas afinal é possível: Santos Silva junta a atitude grosseira e ditatorial do seu antecessor a laivos de superioridade intelectual e sectarismo esquerdóide que envergonhariam qualquer democrata a sério. É o maior patife da República e a maior mancha de vergonha da III República portuguesa. Talvez por isso precisemos tanto da IV República.
No último sábado, deputados do CHEGA marcaram presença numa manifestação suprapartidária relacionada com o tema da habitação. Este é um dos maiores desafios dos nossos dias e um dos problemas mais importantes que enfrentam as famílias portuguesas. O CHEGA já propôs, no Parlamento, a obrigatoriedade de renegociação dos créditos, uma contribuição adicional sobre os lucros da banca para ajudar as famílias que não conseguem pagar a prestação da casa, e vários incentivos à construção, que é um dos maiores problemas da última década em Portugal. Em nome de quem ou de que interesses obscuros pode um partido político – o terceiro maior em Portugal – ser impedido de participar numa concentração popular em defesa dos interesses públicos? Em nome de que liberdade democrática podem ser toleradas agressões a deputados ou dirigentes democraticamente eleitos de partidos políticos?
A verdade é que Santos Silva nunca perdeu a costela trotskista e entende que agredir deputados de direita é diferente do que agredir deputados de esquerda. Entende que a democracia apenas é boa se der voz à esquerda (mesmo que corrupta) e má se permitir a expressão livre da direita ou das redes sociais. Lamento dizê-lo, mas a minha opinião é que Augusto Santos Silva representa o pior da República, da democracia e do regime. A sua incapacidade de condenar agressões contra os legítimos representantes do povo português – apenas porque não são do seu espetro político – mostra bem o tipo de homem que temos a presidir ao Parlamento.
A III República veio a revelar-se um bordel de patifaria. Santos Silva é o seu maior patife! l
Líder do Chega