12 ativistas do Climáximo detidos “sem justificação legal” em Cascais

O grupo defende que 10 agentes “à paisana, vestidos com equipamento oficial da corrida”, detiveram 12 apoiantes do Climáximo “sem nunca identificarem qualquer base legal para a detenção”. Já a PSP aponta que os ativistas estavam com “tarjas e tinta” e se “preparavam para executar uma ação ilícita”.

Este domingo, próximo da maratona da EDP em Cascais, 12 ativistas do movimento Climáximo foram “intercetados” com “tarjas e com tinta” acabando por serem “identificados e constituídos arguidos” porque se “preparavam para executar uma ação ilícita”.

O movimento pelo clima, denunciou, numa nota enviada às redações, este domingo, que os 12 apoiantes, que foram “detidos” sem “justificação legal”, estavam apenas “reunidos a conversar”.

O Climáximo acrescenta ainda que os “10 agentes” estavam “à paisana, vestidos com equipamento oficial da corrida” e os “identificaram e trouxeram ilegalmente para a divisão policial de Cascais”, onde os apoiantes estiveram que permanecer “por duas horas”.

O movimento denuncia que os agentes da PSP atuaram “sem nunca identificarem qualquer base legal para a detenção”.

A Polícia de Segurança Publica (PSP), quando contactada pela Lusa, avançou que estes ativistas estavam na posse de “tarjas e com tinta” e que se “preparavam para executar uma ação ilícita”.

O climáximo critica ainda a atuação da PSP e da EDP, apontado que “é nisto que a EDP e o Governo escolhem gastar os seus recursos e os recursos do Estado, em vez de garantir a requalificação das centenas de trabalhadores que foram despedidos quando fecharam a central termoelétrica de Sines, em vez de desmantelar e garantir a transição justa para as centrais fósseis ainda em funcionamento em Portugal e em vez de se garantir que cumprimos os limites definidos pelas Nações Unidas, que garantem a segurança e os direitos das pessoas face a esta guerra declarada pela indústria fóssil e pelos governos”.

No mesmo comunicado enviado às redações, o ativista do Climáximo, Hugo Fonseca, aponta que “hoje iria realizar-se uma manifestação pacífica de denúncia aos crimes da EDP, que não aconteceu”, sublinhando que “foi retirado a estas pessoas o direito democrático à associação, livre circulação e protesto”.