Francisca e Duarte deram o nó

Dois dias após se assinalar o 113.º aniversário da implantação da República, Portugal assistiu na televisão ao casamento entre a infanta Maria Francisca, filha dos duques de Bragança, e Duarte de Sousa Araújo Martins, na Basílica de Mafra.

O enlace foi o que mais próximo de casamento real aconteceu em Portugal desde 1995, quando Duarte Pio, pretendente ao trono português – caso o país voltasse a ser uma monarquia –, e Inês Herédia se casaram no Mosteiro dos Jerónimos. Da chegada da noiva, à troca das alianças, os momentos deste dia foram vários, e não faltou bolo.

Depois de trocarem alianças perante mais de mil convidados – entre eles o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa –, Francisca e Duarte saíram de braço dado, para agradecer aos populares que assistiram à cerimónia debaixo do sol através dos ecrãs colocados para esse efeito. O cocktail decorreu depois nos claustros do convento. De seguida, cerca de metade dos convidados seguiram para o copo de água na casa de família dos Bragança, em São Pedro de Sintra.

Cocktail

Com o primeiro bolo já distribuído pela população, os convidados seguiram para o cocktail, no jardim dos claustros do convento, onde o segundo bolo foi também aberto por Maria Francisca e Duarte com uma espada. Era igualmente composto por quatro andares. Já a decoração foi inspirada na filigrana de Gondomar.

A chegada

Já Duarte de Sousa Araújo Martins esperava dentro da basílica, quando por volta das 15h30 a infanta chegou numa caleche escoltada por um cortejo com cerca de 20 cavalos.  Cá fora, antes da cerimónia, ainda teve tempo para cumprimentar alguns dos populares que há horas esperavam a sua chegada. Acompanhada pelo pai, Duarte Pio de Bragança, que trazia um chapéu e óculos de sol, subiu a passadeira vermelha que adornava a escadaria da basílica, apenas parando em frente aos jornalistas para ser fotografada. Caminhando com destino ao altar, na cara estava estampado o sorriso de felicidade.

Partilhar o bolo com a população

Depois da cerimónia, os noivos dirigiram-se ao Terreiro D. João V e cortaram com uma espada o primeiro bolo, que foi depois distribuído pelas centenas de populares que, no exterior do Palácio de Mafra, acompanharam o momento. Inspirado na identidade portuguesa, o recheio era de nozes e ovos moles à imagem da doçaria conventual. O bolo confecionado pelo chefe Hélio Loureiro contava quatro andares, sendo um transparente com o monograma do casal gravado a vermelho. No topo, contava com um arranjo floral e um coração em filigrana.

Vestido a lembrar o de Letizia de Espanha

Quando o vestido de noiva foi desvendado foi impossível não tecer comparações com aquele que a rainha Letizia de Espanha usou no dia do seu casamento,  a 22 de maio de 2004. Apesar de mais simples e menos exuberante, a criação de Luzia Nascimento em mikado de seda para a infanta Maria Francisca destacou-se pela gola levantada e um discreto decote em V, opção também usada por Kate Middleton, hoje princesa de Gales, no dia do seu casamento com o príncipe William de Inglaterra, a 11 de abril de 2011.  Na cabeça, Maria Francisca  levava uma tiara com 800 diamantes, a mesma que a mãe, Isabel de Herédia, usou no seu casamento. Um véu em tule de seda compôs o visual.

Chapéus para todos os gostos

Como manda o protocolo, as convidadas proporcionaram um autêntico desfile de acessórios a cobrir a cabeça: dos mais elegantes aos mais vistosos, a cor não faltou.

A maioria optou por adereços na mesma tonalidade do vestido, mas a contrastar com a clutch. O visual monocromático dos pés à cabeça é, aliás, tendência que costuma marcar o dress code dos eventos de outras casas reais europeias, sobretudo a britânica. Dos chapéus de rede aos fascinators e casquettes, houve modelos para todos os gostos e feitios.