A seleção nacional de râguebi terminou o Campeonato do Mundo de França com nova demonstração de classe. Depois de 36 partidas disputadas em cinco semanas, a fase de grupos chegou ao fim com um jogo fantástico, no qual Portugal venceu as Fiji (24-23), oitava do ranking, e confirmou a qualidade de jogo, um enorme espírito de equipa e uma bravura sem fim. Os Lobos fizeram um jogo fantástico e inteligente. Uma vez mais, os especialistas ficaram rendidos ao charme do râguebi nacional. Jogo onde cada jogador tem a sua liberdade, mas de forma coerente e corajosa. Os especialistas do conceituado jornal L´Équipe compararam o râguebi total de Portugal com o râguebi praticado pelas grandes seleções do mundo nos anos 80 e 90, que era um jogo menos programado do que é atualmente.
Portugal terminou na quarta posição do grupo, com seis pontos (um empate e uma vitória), ultrapassando a Geórgia, e subiu três lugares no ranking da World Rugby, ocupando agora a 13.ª posição.
A seleção vai passar por algumas mudanças. Patrice Lagisquet deixa o cargo de selecionador, o seu substituto será anunciado na próxima semana, e há jogadores que vão terminar carreira internacional, caso de Mike Tadjer, mas aquilo que os Lobos mostraram em campo é uma prova de vida para o futuro.
Em breve, os Lobos terão o Europe Championship 2024, onde participam apenas oito seleções. A elite do râguebi europeu, isto é, as equipas que participam no Torneio das Seis Nações, não competem nesta competição. Portugal está no Grupo B com a Bélgica, Polónia e Roména, e os jogos realizam-se em fevereiro e março do próximo ano. Cada equipa faz um total de cinco jogos (três do seu grupo e dois de play-off). Segue-se o apuramento para o Campeonato do Mundo da Austrália em 2027. O facto de o próximo Mundial poder ter 24 seleções, mais quatro do que atualmente, pode ajudar os Lobos a qualificarem-se, caso mantenham o nível. Existe também a possibilidade de o Torneio das Seis Nações ser alargado, surgindo Portugal, Geórgia e Espanha como potenciais interessados. Nas redes sociais, há quem peça a entrada de Portugal em substituição da Itália (e não eram portugueses) e, pelo que se viu no Mundial, não era totalmente despropositado.