Migrantes no Mediterrâneo Central aumentam 376%

No total, e incluindo outros pontos de partida além da Tunísia, 140.586 migrantes chegaram às costas italianas desde janeiro até agora

O fluxo de migrantes a partir da Tunísia para Itália pelo mar Mediterrâneo aumentou 376% em 2023 em relação a 2022. 

De acordo com o governo de Itália, desembarcaram, este ano, 91 mil pessoas nas costas  italianas, o que levou à promoção de um memorando, assinado em julho entre a Comissão Europeia e a Tunísia, que inclui medidas de apoio financeiro e um compromisso de reforçar os controlos migratórios

“Como resultado da evolução destes fluxos migratórios, o Governo intensificou as relações bilaterais com os líderes tunisinos, defendendo, em todos os fóruns internacionais, os interesses e as necessidades de um país que quer colaborar lealmente na luta contra a migração ilegal mas está sufocado por uma crise económica muito forte”, afirmou o ministro do interior italiano

Matteo Piantedosi apelou à “libertação de recursos” destinados a “fortalecer as capacidades da Tunísia para controlar as suas fronteiras marítimas e terrestres”, uma semana depois de 

a Comissão Europeia ter confirmado que a Tunísia devolveu uma ajuda de 60 milhões de euros concedida pela União Europeia (UE), descrita pelo Presidente tunisino, Kais Said, como um gesto de “caridade” contrário aos acordos.

De acordo com o governante, as restantes rotas de migração que partem de outros países diminuíram este ano, sobretudo a da Turquia, cujo fluxo é hoje 54,9% inferior ao do ano passado, e a da Argélia, cujo decréscimo foi de 46,44%. As saídas da Líbia também diminuíram em 4%, 

No total, e incluindo outros pontos de partida além da Tunísia, 140.586 migrantes chegaram às costas italianas desde janeiro até agora, de acordo com os registos do Governo italiano, o que representa um número muito superior às 75.833 pessoas que chegaram no mesmo período de 2022 e às 49.754 registadas em 2021.