Advogada de Trump diz-se culpada de tentar reverter eleição

A aceitação de um acordo judicial é uma reviravolta para uma advogada que promoveu teorias de conspiração infundadas sobre o resultado eleitoral de 2020.

A advogada Sidney Powell declarou-se esta quinta-feira culpada de se ter esforçado para reverter a derrota do ex-Presidente dos EUA nas eleições de 2020 no estado da Geórgia. A ex-representante de Donald Trump é acusada, juntamente com Trump e outras 17 pessoas, de violar a lei estadual anti-extorsão.

A advogada de 68 anos – a segunda arguida neste processo a fazer um acordo com os procuradores –  declarou-se culpada de seis contravenções por conspiração para interferir intencionalmente no desempenho de funções eleitorais.

Powell tinha sido inicialmente acusada de extorsão e de seis outros crimes como parte de um amplo esquema para manter o presidente republicano no poder depois de perder as eleições de 2020 para o democrata Joe Biden. Os procuradores dizem que a advogada também participou numa violação de equipamento eleitoral.

Como parte do acordo, Sidney Powell cumprirá seis anos de liberdade condicional, será multada em cerca de seis mil euros e terá que escrever uma carta de desculpas ao estado da Geórgia e seus habitantes. A jurista concordou ainda em testemunhar contra outros réus, em julgamentos futuros.

A aceitação de um acordo judicial é uma reviravolta para uma advogada que promoveu teorias de conspiração infundadas sobre o resultado eleitoral de 2020. Se testemunhar, Powell poderá fornecer informações sobre uma reunião na Casa Branca em que participou, durante a qual foram discutidas estratégias e teorias para influenciar o resultado da eleição.

Há um mês, o réu Scott Graham Hall também já se tinha declarado culpado de cinco acusações de contravenção, tendo sido condenado a cinco anos de liberdade condicional. 

Os procuradores alegam que Powell conspirou com Hall para conseguir acesso a equipamentos eleitorais sem autorização e contratou uma empresa de informática para copiar ‘software’ e dados de máquinas de votação.

As datas do julgamento dos outros 16 réus – incluindo a do ex-presidente da Câmara de Nova Iorque, Rudy Giuliani, que foi advogado de Trump, e a de Mark Meadows, que foi chefe de gabinete de Trump na Casa Branca – ainda estão por definir.