A China anunciou esta sexta-feira que vai impor novos controlos à exportação de grafite depois de os EUA terem imposto restrições ao fornecimento de ‘chips’ avançados a empresas chinesas.
O país asiático, que domina as cadeias mundiais de abastecimento do mineral, vai exigir autorizações especiais de exportação para três tipos de grafite, um material utilizado em baterias de veículos elétricos.
Os novos controlos, justificados por motivos de “segurança nacional”, sublinham o domínio de Pequim no fornecimento mundial de dezenas de minerais essenciais e surgem depois de Washington ter atualizado, na terça-feira, os controlos de exportação para a China de ‘chips’ semicondutores avançados e do equipamento necessário para os fabricar.
Os semicondutores são essenciais para a produção de tecnologia de ponta, bens eletrónicos e sistemas de inteligência artificial, mas têm também utilização militar, incluindo no desenvolvimento de mísseis hipersónicos.
O Ministério do Comércio da China afirmou então que os controlos são “impróprios” e instou Washington a levantá-los o mais rapidamente possível. “Os EUA estão constantemente a alargar o conceito de segurança nacional, a abusar das medidas de controlo das exportações e a recorrer a atos unilaterais de intimidação, com os quais a China está fortemente insatisfeita e aos quais se opõe firmemente”, indicou o ministério do Comércio da China em comunicado.
A China é o principal produtor deste mineral – quase 65% dos suprimentos em 2022 – e e quota de mercado do país em alguns produtos acabados de grafite está próxima dos 100%. Em julho passado, Pequim, também por alegadas preocupações com a segurança nacional, impôs restrições semelhantes ao gálio e ao germânio, metais utilizados numa série de indústrias estratégicas, incluindo veículos elétricos, ‘chips’ e alguns sistemas de armas.