Rússia insiste na destruição do que não lhe pertence

Passaram 20 meses, a contraofensiva ucraniana perdeu força, mas o modus operandi dos russos é o mesmo de sempre: bombardear zonas residenciais e causar vítimas civis.

Fortemente apoiado pelo Ocidente e galvanizado pelo Presidente Volodymyr Zelensky, o exército ucraniano continua a resistir à agressão russa, depois de mais de ano e meio de conflito. Na frente de batalha não houve avanços significativos de qualquer dos lados. A contraofensiva ucraniana, iniciada em junho, deparou com uma feroz resistência russa que travou o avanço de Kiev nas regiões de Donetsk, Zaporijia e Kupiansk, ou seja, o caminho para libertar a Crimeia começa a ficar mais difícil. Apesar disso, Zelensky pediu aos compatriotas e aliados que continuem unidos. «Todos os dias temos de fazer esforços para garantir que o futuro da Ucrânia pertence exclusivamente aos ucranianos. Sem dúvida que venceremos», disse o Presidente ucraniano ao assinalar os 600 dias de guerra.

A nível militar, os Estados Unidos entregaram à Ucrânia os mísseis de longo alcance ATACMS (Army Tactical Missile System), capazes de atingir alvos a 165 quilómetros de distância, e que podem contribuir para acelerar a estagnada contraofensiva de Kiev. Os primeiros efeitos foram devastadores para os russos. Dois aeródromos localizados próximos das cidades ocupadas de Berdiansk e Lugansk foram atingidos por estes mísseis, causando a morte de 200 soldados russos. O Presidente Vladimir Putin reagiu aos mísseis  entregues pelos Estados Unidos com mais uma ameaça: «Apenas vão prolongar a agonia deste país». O  que não mudou foram os ataques diários com drones russos, como aconteceu contra edifícios residenciais nas cidades de Zaporíjia e Dnipropetrovsk, que provocaram seis mortos.