Sergio Massa vence primeira volta das presidenciais da Argentina

Cerca de 35,4 milhões de argentinos foram chamados no domingo a eleger o presidente e o vice-presidente, bem como a renovar 130 dos 257 lugares na Câmara dos Deputados e 24 dos 72 no Senado

O atual ministro da Economia da Argentina venceu a primeira volta das eleições presidenciais de domingo. Sergio Massa prometeu formar um governo de unidade nacional se vencer a segunda volta, marcada para 19 de novembro, que irá disputar com Javier Millei.

Massa obteve 36,7%, seguido pelo economista Javier Milei, com 30%, e pela candidata da coligação de centro-direita Juntos pela Mudança, Patricia Bullrich, que somou 23,8%. Sergio Massa, que é ministro da Economia desde julho de 2022, agradeceu a quem votou nele no domingo, mas também apelou a quem não votou ou optou por outros candidatos.

Patricia Bullrich recusou-se a felicitar abertamente Sergio Massa, mas não manifestou apoio explícito a Javier Milei.

Os resultados provisórios foram celebrados em clima de festa, uma vez que as sondagens tinham previsto que o candidato “antissistema” Javier Milei iria voltar a ser o mais votado na primeira volta das presidenciais, repetindo a vitória conquistada nas primárias de 13 de agosto.

“Vou convocar um Governo de unidade nacional no dia 10 de dezembro como presidente, apelando aos melhores, independentemente da sua força política”, disse Massa, 51 anos. 

Sergio Massa prometeu construir “regras claras face à incerteza”, “mais ordem, mais segurança, não improvisação”, com desenvolvimento produtivo, com federalismo e maior participação das províncias, e com empresários e trabalhadores sentados à mesma mesa.

“Precisamos de um país que aumente as exportações com valor acrescentado para fortalecer as suas reservas, para consolidar a sua moeda”, enfatizou o candidato.

Massa prometeu trabalhar para melhorar o rendimento dos trabalhadores por conta de outrem, daqueles que ainda estão na “economia popular” e dos reformados.

Apesar da derrota, Javier Milei, disse  que “ter  feito a melhor eleição da história para o liberalismo na Argentina enche-nos de orgulho” e lembrou que conseguiu montar o movimento Avança a Liberdade em “apenas dois anos” e que no domingo conseguiu eleger 40 deputados e oito senadores nas duas câmaras do parlamento da Argentina.

Mileil acusou os seguidores da vice-presidente e ex-presidente (2007-2015), Cristina Fernández, de fazerem parte de um “Governo de criminosos que querem hipotecar” o futuro “para permanecer no poder” e “aprofundar o declínio” da Argentina.

Cerca de 77,7% dos eleitores argentinos votaram no domingo nas eleições gerais, o que representa um aumento de quase nove pontos percentuais em relação às primárias, mas o segundo valor mais baixo em votações gerais.

Cerca de 35,4 milhões de argentinos foram chamados no domingo a eleger o presidente e o vice-presidente, bem como a renovar 130 dos 257 lugares na Câmara dos Deputados e 24 dos 72 no Senado, e a nomear 43 representantes argentinos no Parlamento do Mercosul (Parlasul, o órgão legislativo do bloco constituído pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai).

E também para escolher dirigentes nas províncias de Buenos Aires, Catamarca, Entre Ríos e a Cidade Autónoma de Buenos Aires.