Quase todos os portugueses consideram que já têm ou virão a ter problemas de saúde devido aos riscos ambientais

Por outro lado, quase 60% acreditam que as alterações climáticas já estão a ter um impacto negativo na sua qualidade de vida.

Sob o mote “Riscos Climáticos e a Saúde dos Portugueses: futuro(s) por imaginar”, a Médis, marca do Grupo Ageas Portugal, lança mais um estudo inserido no Projeto Saúdes, sendo que existem alguns números alarmantes. Por exemplo, no ano passado, as ondas de calor mataram 2 200 Pessoas em Portugal, e mais 61 mil por toda a Europa. Por outro lado, 2 600 portugueses morreram prematuramente devido à poluição atmosférica, que vitimou mais de 238 mil pessoas no espaço comunitário. Em comunicado, também é realçado que “a seca atinge-nos com uma especial intensidade – julho de 2023 foi o quinto mês mais seco dos últimos 20 anos” e que “a Saúde Mental é uma das áreas que mais preocupações tem suscitado no país e o impacto dos fenómenos climáticos está claramente documentado. Por exemplo, o risco de stress pós-traumático das testemunhas dos grandes incêndios de Pedrógão Grande, que provocou 66 mortes, aumentou 50%”.

Este estudo prova também que 96% dos cidadãos portugueses consideram que já têm ou virão a ter problemas de saúde devido aos riscos ambientais; quase 60% acreditam que as alterações climáticas já estão a ter um impacto negativo na sua qualidade de vida; 64% acreditam que a sua saúde já está a sofrer com o impacto dos riscos ambientais e mais de 30% acredita que este impacto será claro futuramente e importa igualmente referir que mais de metade já sentiu o impacto das alterações climáticas na sua saúde ou na saúde de pessoas próximas.

Maria do Carmo Silveira, Responsável de Orquestração Estratégica do Ecossistema de Saúde do Grupo Ageas Portugal, afirma que “este estudo não é um ponto de chegada mas um ponto de partida para uma maior ação de todos: governo, instituições públicas, entidades privadas, áreas da saúde, do ambiente e da ciência”. “Todos somos precisos para que o cidadão comum passe da perceção ao conhecimento, capaz de gerar ação e transformação”, frisa.

O terceiro estudo do Projeto Saúdes é o fruto de nove meses de investigação sob a direção da Return on Ideas (ROI), com a orientação científica da Prof. Dra. Luisa Schmidt, a colaboração de cinco especialistas (Dra. Ana Horta, Dra. Susana Viegas, Dra. Carla Viegas, Dra. Sofia Núncio, Dr. Osvaldo Santos), de uma consultora clínica (Dra. Inês Leal), e de um escritor/autor (Gonçalo M. Tavares). Sete parceiros – APSAI, CNADS, CPSA, FÓRUM SAÚDE XXI, FUNDAÇÃO PORTUGUESA DO PULMÃO, RESPIRA E ZERO – fizeram parte do mesmo.

Recorde-se que, em março de 2022, como foi noticiado pelo i, a DECO analisou as medidas dos 308 municípios para enfrentar as alterações climáticas e concluiu que 55 não têm qualquer plano de adaptação. A associação de defesa dos consumidores verificou que, entre as autarquias que têm plano, 172 aderiram a planos intermunicipais, o que significa que apenas 81 concelhos estão preparados para as alterações climáticas.