O BPI registou um resultado consolidado de 390 milhões de euros nos primeiros nove meses, o que representa uma subida de 35% em comparação com os 289 milhões registados no período homólogo do ano anterior. Só a atividade em Portugal contribuiu com 324 milhões, uma melhoria de 162 milhões de euros face a setembro de 2022.
João Pedro Oliveira e Costa, presidente executivo da instituição financeira, destacou “o bom desempenho do BPI, suportado por uma dinâmica comercial positiva e uma gestão prudente do risco de crédito, num período em que a economia começa a evidenciar sinais de algum abrandamento. O banco registou crescimentos acima do mercado na produção de crédito, com ganhos de quota no crédito. O rácio de NPE mantém-se em mínimos históricos, enquanto os rácios de liquidez, solvabilidade e cobertura permanecem em níveis elevados, muito acima dos requisitos de supervisão”, acrescentando que “esta robustez financeira permite-nos manter uma significativa capacidade de investimento em inovação tecnológica e na melhoria da experiência do cliente. Além disso, ajuda-nos a cumprir plenamente o nosso compromisso com a sociedade: apoiar as famílias, as empresas, e os grupos mais vulneráveis”, referindo ainda que, “nesse contexto, vale a pena notar que o BPI tem apoiado todos os clientes com dificuldades em enfrentar a rápida normalização das taxas de juro, não registando qualquer entrada de imóveis por recuperações de crédito à habitação em 2023”.
O BPI registou um crescimento homólogo de 3% no crédito, enquanto os recursos de clientes diminuíram 5%. Os proveitos da atividade comercial cresceram 50% o que, a par com um aumento de 12% dos custos e um custo do risco de 0,23%, se traduziu numa melhoria da rentabilidade dos capitais próprios tangíveis recorrentes em Portugal para 13.7% (+6.3 p.p. nos últimos 12 meses).
O produto bancário comercial registou um crescimento de 50% face aos primeiros nove meses de 2022, situando-se nos 924 milhões, enquanto a margem financeira cresceu 84% para 688 milhões, “refletindo a subida das taxas de juro de mercado e o crescimento do volume de crédito, sendo por outro lado penalizada pela subida do custo dos depósitos e das emissões de dívida”.
Por seu lado, as comissões líquidas mantiveram-se estáveis nos 218 milhões. “Para este resultado contribuiu, de forma positiva, a abertura de novas contas, as operações de emissão de dívida de empresas e a comercialização de fundos e seguros de capitalização, o que permitiu contrabalançar a descida registada nas comissões de crédito e de intermediação de seguros”.
O BPI fechou os primeiros seis meses do ano com um lucro de 256 milhões de euros, um crescimento de 26% face aos 203 milhões de euros registados no período homólogo do ano anterior.
Em Portugal, a atividade contribuiu com 199 milhões de euros, o que corresponde a um aumento de 130% relativamente ao primeiro semestre de 2022 (87 milhões de euros).
O banco diz ainda que as participações no BFA e BCI tiveram um contributo de 41 milhões de euros e 17 milhões de euros para o resultado consolidado, respetivamente.
E detalha ainda que o banco registou um crescimento homólogo de 4% no crédito, enquanto os depósitos de clientes diminuíram 4%, “embora tenham recuperado no segundo trimestre”.
Já os proveitos da atividade comercial cresceram 50% o que, a par com um aumento de 13% dos custos e um custo do risco de 0.23%, se traduziu numa melhoria da rentabilidade dos capitais próprios tangíveis recorrentes em Portugal para 11.6% (+5 p.p. nos últimos 12 meses).
João Pedro Oliveira e Costa, Presidente Executivo do BPI, defendeu em comunicado que “o primeiro semestre fica marcado pela resiliência da economia portuguesa no ajustamento ao novo ciclo de política monetária”, acrescentando que o BPI “mantém uma posição financeira sólida e uma capitalização confortável, a par de um forte dinamismo comercial, que nos tem permitido ganhar quota de mercado no crédito às famílias e empresas e aumentar a rentabilidade”.
João Pedro Oliveira e Costa destaca ainda que “a robustez do balanço do banco tem permitido reforçar significativamente a capacidade de investimento em tecnologia e inovação”.
Saída de 97 trabalhadores
O BPI registou gastos de 20 milhões de euros no terceiro trimestre com a saída de 97 trabalhadores em reformas antecipadas e rescisões por mútuo acordo.
“Há pessoas que ao fim de 20 ou 30 anos gostariam de fazer outras coisas e se houver oportunidade de o banco proporcionar uma mudança de vida temos vindo a estar disponíveis para isso”, disseo presidente executivo do BPI, acrescentando que ao mesmo tempo o banco tem feito contratações, sobretudo de trabalhadores mais jovens para áreas tecnológicas.
“O talento já existente é muito importante para nós, mas a renovação de quadros também”, afirmou
No fim de setembro, o BPI tinha 4.335 trabalhadores, menos 52 do que em setembro de 2022. As agências eram 318, menos seis.
950 milhões de créditos renegociados
O banco renegociou créditos à habitação no valor de 950 milhões de euros enre janeiro e setembro deste ano, quer ao abrigo da legislação do Governo quer por iniciativa do próprio banco.
A carteira total de crédito à habitação do BPI ascendia, em setembro, a 14,6 mil milhões de euros, referentes a 220 mil contratos.
Quanto à bonificação de juros (o Estado paga a clientes em dificuldades, segundo alguns critérios, parte dos juros), o BPI tem 4.700 clientes e beneficiar e que, em média, a bonificação de juros é de 10 euros mensais.