Viagem do governador da Califórnia à China é um sinal de alerta para Washington

Em 2022, havia na Califórnia cerca de 700 empresas de capital chinês, com mais de 19 mil postos de trabalho.

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O Governador do Estado norte-americano da Califórnia, Gavin Newsom, está a visitar a China, tendo sido recebido pelo Presidente Xi Jinping no passado dia 25. Segundo a imprensa internacional, isto demonstra que a China atribui muita importância a esta visita, esperando que ela contribua para estimular a cooperação entre os dois países.

Recorde-se que desde junho deste ano, Xi Jinping reuniu-se com Bill Gates e com o antigo Secretário de Estado Kissinger, tendo também respondido a uma série de cartas de amigos americanos, promovendo pessoalmente os contactos entre a China e os EUA.

Em várias ocasiões, Presidente Xi sublinhou que a base das relações entre a China e os EUA reside no povo, a esperança reside no povo e o futuro reside na juventude. Desta vez, quando se encontrou com Newsom, acrescentou mais um aspecto: a afinidade entre regiões, parecendo querer aludir à ligação entre a Califórnia e a China.

De facto, a primeira Chinatown da América nasceu na Califórnia. Quando os chineses visitam os Estados Unidos, a Califórnia é uma das regiões preferidas. O sector universitário da Califórnia tem cerca de 25 mil estudantes chineses. Em termos de comércio, a China tem sido a maior fonte de importações da Califórnia e um importante mercado de exportação para aquele Estado, desde 2010.

Em 2022, havia na Califórnia cerca de 700 empresas de capital chinês, com mais de 19 mil postos de trabalho. Em setembro deste ano, foi publicado o esboço do plano de execução do corredor marítimo verde entre o porto de Xangai e o porto de Los Angeles, que é uma das rotas marítimas mais dinâmicas do mundo.

A Califórnia está particularmente preocupada com as alterações climáticas devido aos frequentes incêndios nas montanhas. De acordo com a Associated Press, dois dos antigos governadores da Califórnia, Brown e Schwarzenegger, visitaram a China para cooperar no domínio do clima. Brown também lançou o Instituto Climático Califórnia-China na Universidade da Califórnia, em Berkeley, depois de ter deixado o cargo. No ano passado, a Califórnia assinou um memorando de entendimento sobre cooperação com o Ministério da Ecologia e do Ambiente da China.

Além disso, Newsom tem uma perceção racional e pragmática da relação entre os EUA e a China. Numa entrevista à Rádio e Televisão Central da China (CCTV), afirmou que a “dissociação” não é uma opção para a China e os Estados Unidos. Disse também que a cooperação EUA-China não é um jogo de soma zero, e que “quanto mais bem-sucedida for a China, mais bem sucedidos seremos todos nós”. Estas afirmações representam o conhecimento objetivo da posição dos EUA sobre as relações EUA-China, reflectindo as expectativas da comunidade norte-americana relativamente ao desanuviamento das relações EUA-China.

Durante a visita de Newsom à China, o Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, partiu para uma visita aos EUA, a convite do Secretário de Estado dos EUA, Abraham Blinken. É a primeira vez que um alto funcionário chinês efectua uma viagem especial aos Estados Unidos, após a visita de vários altos funcionários americanos à China desde junho deste ano.

As economias dos EUA e da China totalizam mais de um terço do total mundial, as suas populações quase um quarto do total mundial e o comércio bilateral representa cerca de um quinto do total mundial.

Estes resultados não foram fáceis de conquistar e merecem ser devidamente apreciados. A amizade de longa data entre a Califórnia e a China deve-se ao facto de terem posto de lado as conotações ideológicas, promovendo a cooperação com um espírito racional e aberto.

A viagem de Newsom constituí um sinal de alerta para o governo norte-americano, mostrando que os políticos de Washington devem aprender com esta abordagem reacional e pragmática em relação à China.