O presidente da Câmara de Gondomar revelou que o ciberataque que o município sofreu em setembro foi o “maior a uma instituição pública” em Portugal. O município foi obrigado a gastar 1,5 milhões de euros na reposição do sistema informático.
O alerta soou às 05h38 de 27 de setembro e os efeitos do ataque vão continuar a fazer-se sentir. “Em investimentos já feitos e outros programados, por exemplo, de reforço de segurança [em que] compramos mais de 700 discos e serviços (…) gastámos entre 1,4 e 1,5 milhões de euros. Fora disto estão os prejuízos acumulados de dias e dias parados, pois aí estaremos a falar de muitos milhões de euros de prejuízo”, revelou o autarca à agência Lusa.
Marco Martins citou o Centro Nacional de Cibersegurança para afirmar que o ataque sofrido na madrugada de 27 de setembro foi “o maior ataque a uma instituição pública” em Portugal” e assume que “só no final do ano é que a normalidade deverá estar restabelecida”.
“Já praticamente todas as máquinas estão operacionais, cerca de 90%, mas há serviços ‘online’ que continuam afetados e que não podem ainda ser operacionalizados”, assinalou o presidente da autarquia, “Os entendidos na matéria dizem que o nosso sistema era robusto mas, mesmo assim, fomos atacados. Em média sofremos 21 ataques por mês e este ataque foi mais sofisticado e o sistema não resistiu”, acrescentou.
“Ainda não há um relatório final, mas as informações que temos das autoridades é que o ataque veio de um servidor russo” e que o “pedido de resgate chegou aos 750 mil euros”, revelou Marco Martins. O resgate “não foi pago” por três razões: “Primeiro porque fomos aconselhados pelas autoridades a não o fazer, segundo porque não havia garantia de recuperação dos dados e, terceiro, porque sendo nós um serviço público não iria abrir um concurso público para o pagar”, elencou o autarca do distrito do Porto.