Cinema português está a arriscar mais “em caras novas”, diz Fundação GDA

Cerimónia de entrega do Prémio Atores de Cinema da Fundação GDA realiza-se, a 14 de novembro, no Teatro da Trindade INATEL, em Lisboa, a partir das 21h00. 

A 16ª edição do Prémio Atores de Cinema da Fundação GDA vai decorrer no próximo dia 14 de novembro e, nas 24 longas-metragens portuguesas estreadas em sala em 2022, “surge um número invulgar de novas atrizes e de novos atores com muito talento e grande domínio técnico dos desempenhos” 

“Nos filmes que visualizámos conheci vários atores que nunca tinha visto, jovens atrizes e atores a afirmarem-se e a fazerem grandes trabalhos”, afirma a atriz Ângela Pinto, num comunicado da Fundação GDA.  

A atriz, juntamente com Luís Lucas e Sandra Faleiro, integra o júri da edição deste ano do Prémio Atores de Cinema (PAC).  

“Esta aposta consistente do cinema português em arriscar em caras novas, quer sejam pessoas novas ou mais velhas, está a resultar: em 2022 tivemos prestações de grande qualidade de recém-chegados ao cinema”, pode ler-se na mesma nota.  

É uma “grande expectativa para o cinema português” haver esta descoberta de novos atores.  

“Estão a começar as suas carreiras com uma grande qualidade, entregam-se ao trabalho, surpreendem muito,” afirma o ator Luís Lucas. “Há claramente uma vaga de talentos na nova geração”, sublinha a atriz Sandra Faleiro.  

“Sei que têm um grande futuro pela frente, embora seja preciso muito trabalho e empenho – mas, para isso, estes jovens têm de ter trabalho!”. A falta dele preocupa-a:“Infelizmente, como se faz pouco, continua a ser muito difícil ter um percurso no cinema e crescer a fazê-lo, para além do trabalho no teatro e na televisão”. 

Outra constatação relevante dos membros do júri de 2023 é o aumento de qualidade dos filmes dirigidos ao grande público, ou seja, “mais comerciais”. 

Luís Lucas assegura que viu “filmes muito bons de 2022 ao nível da fotografia, filmes que descobrem grandes enredos e histórias curiosas”.  

Por sua vez, Ângela Pinto destaca uma grande evolução na produção: “Os produtores também começaram a arriscar no cinema mais comercial”, afirma. “Senti que havia mais cinema ‘comercial’ e isso é bom, porque esses filmes também fazem falta, não se deve lutar apenas pelo cinema de autor”. 

Sandra Faleiro contrapõe que “é preciso produzir mais, e mais, para dar oportunidade a mais realizadores”. Lamenta, porém, que continue “a haver poucos apoios”, o que limita as possibilidades de essas oportunidades se multiplicarem: “Há que alimentar a diversidade e a visão artística dos realizadores”, defende. 

A cerimónia de entrega do Prémio Atores de Cinema da Fundação GDA realiza-se, a 14 de novembro, no Teatro da Trindade INATEL, em Lisboa, a partir das 21h00.