Banco Montepio com lucro recorrente de 94,9 milhões até setembro

O apoio às famílias portuguesas abrangeu mais de 9 mil contratos de crédito à habitação.

O Banco Montepio alcançou nos primeiros nove meses o resultado líquido consolidado recorrente de 94,9 milhões, traduzindo um aumento de 71 milhões face aos 23,9 milhões registados no período homólogo de 2022. “A evolução favorável dos resultados recorrentes foi determinada pelo aumento do produto bancário core, consubstanciado na variação positiva da margem financeira e das comissões”, revelou a instituição financeira em comunicado, acrescentando que “com a concretização da venda da participação no Finibanco Angola concluído com sucesso mais um importante compromisso assumido no programa de ajustamento, contribuindo para a simplificação da estrutura societária e para o reforço do enfoque no mercado doméstico”.

O banco liderado por Pedro Leitão disse ainda que “o registo contabilístico do efeito não recorrente resultante da reciclagem da reserva cambial negativa associada à desconsolidação do Finibanco Angola determinou, no entanto, o apuramento de um resultado líquido consolidado negativo de 21,2 milhões, sem qualquer impacto na situação líquida ou nos rácios de capital”.

O crédito a clientes (bruto) fixou-se em 11,8 mil milhões, com o segmento de empresas a representar 47% do total. Já o depósitos de clientes totalizaram 12,9 mil milhões, com o segmento de particulares a representar 73% do total.

O apoio às famílias portuguesas – através da adoção proativa de iniciativas internas e da aplicação das medidas aprovadas pelo Governo para mitigar os efeitos do aumento das taxas de juro de referência – abrangeu mais de 9 mil contratos de crédito à habitação.

A margem financeira dos primeiros nove meses atingiu 301,1 milhões, um aumento de 73,7% face aos 173,4 milhões apurados no período homólogo de 2022. “Esta evolução foi determinada pelo incremento dos juros do crédito a clientes, induzido pelo efeito do repricing dos contratos no contexto da subida das taxas de juro, e pelo aumento dos juros com as aplicações em títulos que, conjuntamente, permitiram anular o efeito das subidas dos juros de recursos de clientes e do custo com a tomada de fundos no mercado”.

Por seu lado, as comissões líquidas ascenderam a 95,5 milhões neste período. Um aumento de 8,1 milhões (+9,2%) às registadas no período homólogo de 2022, “ao beneficiarem do aumento de atividade”, enquanto os resultados em operações financeiras totalizaram -15,3 milhões nos primeiros nove meses, “observando-se uma diminuição de 40,3 milhões face ao valor apurado no período homólogo de 2022 devido aos menores resultados de reavaliação cambial em 44,2 milhões”.

Os custos operacionais totalizaram 198,8 milhões até setembro, comparando com 174,5 milhões apurados no período homólogo de 2022, traduzindo um aumento de 6,3%, “se excluirmos 13,4 milhões de custos relacionados com o programa de ajustamento do quadro de trabalhadores”.

Os custos com pessoal, excluindo o impacto da contabilização dos custos não recorrentes relacionados com o programa de ajustamento, registaram um aumento de cinco milhões (+4,8%) traduzindo o efeito das atualizações salariais e do aumento do quadro de benefícios atribuídos aos trabalhadores.