A Assembleia Geral (AG) extraordinária do FC Porto foi suspensa na sequência de uma sessão magna agitada e com confrontação entre sócios. O presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG) do clube, publicou uma nota na madrugada desta terça-feira a reagendar os trabalhos – sobre a deliberação dos novos estatutos do clube – para 20 de novembro, às 21h00, no pavilhão Dragão Arena.
A AG extraordinária estava agendada para começar a partir das 21h00 no auditório do Estádio do Dragão com capacidade para quase 400 pessoas. Uma lotação muito inferior à quantidade de sócios que se juntaram nas imediações, motivando a MAG a transferir os trabalhos para o Dragão Arena, com capacidade para mais de 2.000 espetadores.
A reunião magna reiniciou já depois das 22h30, mas várias pessoas abandonariam o local pouco tempo depois, na sequência de confrontos nas bancadas.
José Fernando Rio e Nuno Lobo, c estavam inseridos nas longas filas que se formaram desde o início da noite junto ao recinto do FC Porto, com o empresário a assegurar, em declarações à comunicação social,
“Somos todos Porto. Não foi uma noite feliz, é verdade. Lamentamos o sucedido, mas a responsabilidade é de quem organiza a AG, tal e qual já aconteceu noutros clubes”, disse Nuno Lobo, um dos candidatos batidos por Jorge Nuno Pinto da Costa nas últimas eleições do clube, em 2020, presente na reunião.
“Como sócios, reservamos o direito de não concordar com dois ou três artigos que nos parecem ilegais em qualquer sociedade comercial. No local próprio assumiremos a discordância”, afirmou o empresário, que solicitará a impugnação desta AG extraordinária.
André Villas-Boas, ex-treinador e potencial candidato às próximas eleições do FC Porto, também compareceu e censurou os moldes da AG de aprovação do projeto de mudança estatuária, que troca abril por junho como limite para a realização das eleições do clube.
“Um dos dias mais negros da história do FC Porto. Sem vergonha, sem escrúpulos, sem respeito nenhum pelos associados deste grande clube. No dia 20 de novembro os sócios marcarão de novo presença. O FC Porto precisa de se encontrar nos seus princípios, nos seus valores e nas suas bases. O que se passou hoje não poderá nunca [mais] voltar a repetir-se”, lamentou o ex-técnico, reagindo nas suas redes sociais ao adiamento da AG.
A hipotética adoção do voto eletrónico e por correspondência, a filiação sénior mínima de 15 anos, em vez dos atuais 10, para se concorrer à presidência ou o acesso ao direito de voto após dois anos ininterruptos como sócio são algumas das mudanças em discussão.