A concentração de gases que causam as alterações climáticas atingiu um novo recorde em 2022. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) alerta que este facto contribui para o aumento da temperatura global e para o surgimento de fenómenos meteorológicos extremos.
O relatório anual da OMM sobre o clima, divulgado esta quarta-feira, informa que, pela primeira vez, as concentrações de dióxido de carbono (CO2), o gás mais importante ligado às alterações climáticas, foram 50% mais elevadas do que na época pré-industrial e continuaram a aumentar este ano.
O relatório da agência das ONU para a meteorologia sustenta a situação pode ser comparada com o que aconteceu há três a cinco milhões de anos, quando a temperatura era dois a três graus mais alta e o nível do mar entre 10 a 20 metros mais elevado, e acrescenta que o metano e óxido de nitrito, segundo e terceiro gases que mais contribuem para as alterações climáticas, tiveram os maiores aumentos anuais jamais registados.
Menos de metade das emissões de dióxido de carbono permanecem na atmosfera, sendo um quarto absorvidas pelos oceanos e pouco menos de 30% pelos ecossistemas terrestres, como as florestas.
Mas, enquanto as emissões continuarem, o CO2 continuará a acumular-se, e mesmo que estas fossem reduzidas a zero de imediato, este gás – gerado pela queima de combustíveis fósseis e pela produção de cimento – tem um tempo de vida muito longo. As temperaturas elevadas persistiriam durante várias décadas.