O golpe de Estado de Sandra Felgueiras

Estamos a falar não de António Costa e do seu Governo, mas sim de Sandra Felgueiras – de quem o MP anda a reboque.

Portugal vive a sua maior crise política de sempre. O primeiro-ministro é suspeito de tráfico de influências, o seu chefe de gabinete e o seu melhor amigo foram detidos, demitiu-se mais um ministro e outras pessoas ligadas ao governo socialista estão a ser investigadas. Nos jornais do mundo civilizado, Portugal é descrito como uma república das bananas onde os governantes se aproveitam do poder para enriquecer. Uma vergonha!
Ora, isto é realmente vergonhoso e há que punir os responsáveis. Estamos a falar não de António Costa e do seu Governo, mas sim de Sandra Felgueiras – de quem o MP anda a reboque.

Em 2019, no programa Sexta às 9, Sandra Felgueiras confrontou João Galamba com uma série de supostas irregularidades na concessão da extração do lítio à Lusorecursos – um negócio de 350 milhões de Euros. Não havia estudo de impacto ambiental, a empresa tinha alterado os seus beneficiários três dias antes da assinatura do contrato e, ainda mais estranho, a sede da empresa era numa Junta de Freguesia dominada pelo PS. Com a habitual elevação, Galamba apelidou o programa de “estrume” e “coisa asquerosa”. O programa acabou e Felgueiras foi corrida da RTP. A maioria dos seus colegas assobiou para o lado. Eis o desfecho normal num país democrático, com liberdade de expressão e cidadãos exigentes. Todavia, o mal já estava feito.

Porventura Sandra Felgueiras não sabe que a sede da Microsoft começou por ser num barracão pertencente ao Partido Republicano; que a sede da Google já foi na garagem de Barack Obama; e que o próprio Presidente chinês tem uma loja do chinês no seu quintal? Faz parte das boas práticas empresariais garantir a segurança dos seus negócios. É dever de qualquer governante esclarecido proteger as empresas promissoras, como a Lusorecursos. Da promiscuidade entre política e negócios resultaram os países mais avançados do mundo, por exemplo algumas repúblicas africanas.

Em suma, Galamba apenas protegeu uma empresa que irá gerar postos de trabalhos, aumentar o PIB e tornar Portugal um caso de estudo – falta saber qual. Agilizou. E, sabendo de tudo, António Costa atuou como um verdadeiro estadista defendendo o seu delfim. Fazem falta ao país homens assim: sérios, íntegros, destemidos. Agilizadores do interesse nacional. Quem não faz falta nenhuma são jornalistas que derrubam governos.

E o problema é que a Sandrinha continua à solta, difamando aqui, enlameando ali, e não descansará enquanto não encontrar mais provas cabais que farão as pessoas pensar que somos mesmo uma república das bananas sem conserto.