Portugal contou com 800 novos casos de VIH em 2022

O país, contudo, tem uma tendência decrescente de novos casos.

Em 2022, Portugal registou 804 novos casos de infeção de VIH, confirmando tendência decrescente, que se verifica desde 2000. Os dados constam do relatório “Infeção Por VIH em Portugal – 2023”, divulgado esta segunda-feira.

O documento, que foi apresentado pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), avança que há “uma redução de 56% no número de novos casos por infeção de novos casos de infeção por VIH e de 74% em novos casos de SIDA entre 2013 e 2022”.

“Os números refletem que a maioria (75,5%) dos novos casos se registou em homens (três casos por cada caso em mulheres) e a mediana das idades à data do diagnóstico foi de 37 anos”, acrescenta a nota.

Lê-se também no documento, que a taxa de diagnóstico mais alta situa-se no grupo dos 20-39 anos, com 54,5% dos novos casos de infeção por VIH e a região com maior incidência de novos casos é a Área Metropolitana de Lisboa (AML), seguida da região do Algarve.

Outra informação divulgada é relativamente ao diagnostico da doença que, em 57,2% dos novos casos, acontece de forma tardia. Para idades superiores a 50 anos, o valor aumenta para 69,9%.

A nota assinala ainda que, embora a transmissão heterossexual seja mais frequente, abrangendo 47,7% dos casos, os casos em homens que têm relações sexuais com outos homens, corresponde à maioria dos novos diagnósticos em homens (61,8%).

“Foram comunicados 151 óbitos em 2022 em pessoas que viviam com VIH, sendo que na maioria (51,7%) destes casos o diagnóstico da infeção tinha ocorrido há mais de 15 anos. A idade mediana ao óbito foi de 60 anos”, sublinha.

O relatório refere ainda que, em 2022, foram registados “aumentos expressivos tanto no número de testes para VIH efetuados no país – cerca de 70 mil através de testes rápidos e mais de 370 mil em testes laboratoriais com prescrição do Serviço Nacional de Saúde – como no número de pessoas que usaram Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), com aproximadamente 4.500 pessoas a receberem-na pelo menos uma vez no ano, 2.161 das quais pela primeira vez na vida”.

Segundo o Índice do Estigma das Pessoas que Vivem com VIH, o estigma e a discriminação associados à infeção por VIH persistem, com quatro em cada dez pessoas a referirem terem sido alvo de algum tipo de discriminação social e 15% a reportarem já ter sofrido alguma situação de violação dos seus direitos.