Lacerda Sales nega ter marcado consultas no caso das gémeas luso-brasileiras

O antigo governante negou adiantar mais detalhes ou fazer mais comentários sobre o caso sendo que se encontra a decorrer um processo de inquérito na justiça.

Lacerda Sales, antigo governante, explicou, esta terça-feira, que nenhum secretário de Estado tem poder para marcar consultas e influenciar, ou violar, a consciência e autonomia de qualquer médico, referindo-se ao caso das gémeas luso-brasileiras.

 “Nenhum secretário de Estado, nem ninguém, tem poder para marcar consultas, nem para influenciar ou violar quer a consciência quer a autonomia de qualquer médico”, assegurou o ex-secretário de Estado da saúde, em resposta à agência Lusa,

Lacerda Sales sublinhou ainda que “seria muito mau até que qualquer médico, no seu compromisso ético, se deixasse influenciar por alguém exterior à instituição ou por qualquer entidade exterior à instituição”.

O antigo governante negou adiantar mais detalhes ou fazer mais comentários sobre o caso pois, encontra-se a decorrer um processo de inquérito na justiça.

“Se for notificado, obviamente, que responderei em sede própria, o DIAP [Departamento de Investigação e Ação Penal] e a IGAS [Inspeção-Geral das Atividades em Saúde], às questões que me colocarem. Antes disso, não posso, nem devo, antecipar como é óbvio coisa nenhuma”, declarou o ex-secretário de Estado da Saúde.

O deputado do PS adiantou que não se recorda do caso das gémeas, justificando que passaram quatro anos, sendo que este “não tem acesso a quaisquer documentos”, portanto está incapaz de “reconstituir na fita do tempo todo este processo”.

“A única coisa que consigo dizer é que aguardarei com a devida tranquilidade. Eu sou médico e como médico que sou estarei sempre ao lado da vida, fiz o ‘juramento de Hipócrates’, tenho um código deontológico que, obviamente, nunca romperei”, sublinhou, rematando: “estarei sempre do lado da verdade, estarei sempre a colaborar com a justiça e, obviamente, como o Ministério Público”.

O caso está a ser investigado pela Procuradoria-Geral da República, pela IGAS e é também objeto de uma auditoria interna no Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte, do qual faz parte o Hospital de Santa Maria.