Ao abrigo do previsto na Lei nº 2/99 de 13 de janeiro, na sua redação atual, venho por este meio, em nome da Biblioteca Nacional de Portugal (BNP), exercer o legítimo direito de resposta ao artigo publicado no Semanário Sol de 1 de dezembro de 2023, intitulado “Os ossos de Eça de Queiroz – 5.ª e última parte”, nos parágrafos que se referem à BNP, cujo teor consideramos falso e difamatório, a saber:
1 – É completamente falsa a afirmação de que a coleção Pombalina está “hoje totalmente desmembrada”. Da coleção, composta por 759 códices, apenas 49 (6%) tiveram de ser desmembrados, isto é, simplesmente descosidos, justamente por razões de conservação.
2 – É completamente falsa a afirmação “Há neste momento códices medievais totalmente desmembrados, em fragmentos, que nunca mais voltarão a ser o que eram”. Nenhum códice medieval foi desmembrado. E, em mais de 4.500 outros códices digitalizados desde 2022, apenas 13 tiveram de ser desmembrados por razões de conservação e serão novamente reencadernados.
3 – Não tem qualquer fundamento a afirmação “sem que se conheça ainda qual a durabilidade das imagens digitais e sem que se perceba qual o investimento na sua conservação”. A BNP acompanha e implementa as melhores práticas internacionais em termos de preservação digital e está atualizada, ciente e dotada, em matéria de requisitos da infraestrutura tecnológica necessária.
4 – Não existem quaisquer disfuncionalidades. Os projetos de digitalização decorrem conforme planeado e de acordo com a colaboração prevista dos serviços envolvidos.
5 – Não decorre da digitalização qualquer inversão de valores. Pelo contrário. É missão da BNP preservar, dar acesso e difundir o seu património, que é de todos: a digitalização não só é um poderoso meio de preservar os originais como, ao mesmo tempo, proporciona a esse património uma forma de acesso e difusão que é sustentável, democrática, universal e gratuita.