O advogado das famílias das vítimas da tragédia da praia do Meco, Vítor Parente Ribeiro, diz aguardar ainda “a decisão do STJ [Supremo Tribunal de Justiça]”, a qualquer momento, sobre o recurso, assegurando, contudo, que não “há nenhum prazo legal”.
Há 10 anos, em 15 de dezembro de 2013, morreram, na praia do Meco, no concelho de Sesimbra (distrito de Setúbal), seis jovens, quatro raparigas e dois rapazes, que, no âmbito das atividades da comissão de praxes da Universidade Lusófona, estavam a passar o fim de semana numa casa alugada na região.
Em dezembro de 2022, o STJ aceitou o recurso de revista excecional, que Vítor Parente Ribeiro considerou tratar-se de uma última possibilidade de responsabilizar o ex-‘dux’ João Miguel Gouveia e a Universidade Lusófona, pela morte dos seis jovens.
O advogado das famílias defende que as universidades não podem lavar as mãos das praxes que vão permitindo, sem fazerem nada para as impedir.
As famílias dos jovens que faleceram no Meco reclamam uma indemnização de 1,3 milhões de euro, em ações cíveis contra a Universidade Lusófona e o ex-‘dux’, porém, o acórdão do Tribunal de Relação de Évora, de julho do ano passado, não deu provimento ao recurso da decisão do Tribunal de Setúbal, que, em outubro de 2021, tinha absolvido João Miguel Gouveia e a academia de eventuais responsabilidades cíveis da tragédia.
Para trás já tinha ficado o processo-crime relacionado com a morte dos seis jovens, que, depois da instrução, foi arquivado em março de 2015 pelo Tribunal de Setúbal, uma decisão confirmada em janeiro de 2016 pelo Tribunal da Relação de Évora.
Segundo o ex-`dux´da Universidade Lusófona, único sobrevivente da tragédia, os estudantes estariam na praia do Meco quando foram arrastados para o mar por uma onda, mas os familiares das vítimas continuam a acreditar que os seis universitários morreram durante uma praxe académica.