Depois de treze membros do Governo socialista se terem demitido por suspeitas de irregularidades ou atos ilícitos em benefício próprio, depois do próprio primeiro-ministro (PM) ter sido obrigado a demitir-se por estar a ser investigado pelo Ministério Público, depois de ter sido encontrado setenta e oito mil euros no escritório do chefe de gabinete de António Costa, o que fazem os portugueses? Continuam a votar no mesmo partido e nas mesmas pessoas.
Não, isto não é um mau argumento de um filme, ou uma peça encenada por loucos. É Portugal – nação valente, imortal e com brumas na memória.
Assim sendo, o PSD precisa de aprender a lição. Os portugueses não confiam em governantes que não tratem primeiro da sua vida, não metam a mão na massa e, só depois, se dignem governar. O chico-esperto e o corrupto são mais admirados que o homem íntegro, esse totó que não vive neste mundo. Para quando uma estátua ao Corrupto Conhecido e o feriado Alves dos Reis?
Por isso, Luís Montenegro, reúna os maiores corruptos, vigaristas e trafulhas do seu partido e forme um governo com essa trupe. Pegue em todos os agilizadores do interesse próprio e faça um Dream Team de escroques. Uma coisa séria, de fazer inveja aos mentores do Mensalão. Acaso pretende formar um governo em que nenhum membro esteja sob suspeita? Tenha respeito pelos eleitores.
E quanto a si próprio, é óbvio que terá de melhorar o seu pobre currículo. Há dúvidas se devia ter declarado uma casa ao TC? Ora, ora, estamos a brincar? Como quer ser levado a sério com tais ninharias? Se o PM está a ser investigado por causa de um negócio de 350 milhões, então terá de o ultrapassar com uma golpada verdadeiramente escandalosa.
Luís, ganhe coragem e aja como um verdadeiro candidato a governar Portugal: assalte um banco, desvie as contas do seu partido para um paraíso fiscal em seu nome, burle velhinhas e fique-lhes com a reforma. Enfim, faça algo que mostre aos eleitores que podem contar consigo para continuarem a ser enganados e roubados. Enfim, tratados como autênticos palermas.
E se precisar de um ministro da Cultura que desvie fundos para patrocinar os seus livros, atribua um prémio literário a si próprio e use o cartão de crédito para pagar jantaradas aos amigos e às mulheres mais bonitas de Portugal, conte comigo. Não tenho muita experiência de trafulhice, mas isto aprende-se depressa.
Escritor