O governo argentino reivindicou esta quarta-feira “legítimos direitos” sobre as ilhas Malvinas. Buenos Aires pede a construção de “uma relação madura” com o Reino Unido, assente num “clima de confiança” propício à retomada das negociações bilaterais. Por seu lado, Londres deixou sempre clara a sua indisponibilidade para renunciar ao controlo do arquipélago no Atlântico Sul.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) argentino reitera que o país é “o herdeiro” dos territórios coloniais espanhóis e que o Reino Unido cometeu um ato “contrário ao direito internacional e nunca consentido”.
“A Constituição Nacional estipula que a recuperação do exercício efetivo da nossa soberania sobre estes territórios, em conformidade com o direito internacional e respeitando o modo de vida dos seus habitantes, constitui um objetivo permanente e irrenunciável do povo argentino”, lê-se num comunicado do MNE argentino.
A alusão da nota, emitida pelo aniversário da chegada dos britânicos às Maldivas a 3 de janeiro de 1833, estende-se às Ilhas Geórgia do Sul e Sandwich do Sul e às zonas marítimas circundantes.
Buenos Aires invoca as posições da Assembleia-Geral da ONU para sublinhar que esta “disputa de soberania” deve ser solucionada pelas partes através de negociações bilaterais, para as quais as autoridades argentinas mostraram “uma vez mais” a sua disponibilidade.
A Argentina, acrescentou o MNE, citado pela agência Lusa, está “convencida de que a única via possível para a recuperação do exercício dos seus direitos é a via diplomática”, pelo que espera que “o mais brevemente possível” possa haver uma “solução pacífica”.
O novo presidente argentino elogiou a capacidade de liderança da primeira-ministra britânica Margaret Thatcher (1979-1990), sob cujo comando decorreu, em 1982, o último conflito armado pelo controlo das Malvinas.
No entanto, Javier Milei declarou que não alterará a posição do Estado sobre aquelas ilhas e continuará a reivindicar a soberania da Argentina sobre o respetivo território