O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, reconheceu, esta segunda-feira, ser “incompreensível” que os hospitais não encontrem um sistema que “evite que os bombeiros tenham de ficar à espera que as suas macas sejam disponibilizadas”.
O governante refere-se às centenas de doentes, que têm ficado à espera de atendimento, nas urgências, em macas dos bombeiros, ou, em certos casos, mesmo dentro das ambulâncias, o que impede a utilização das viaturas de socorro para outros episódios de urgência.
Em declarações aos jornalistas, em Catanhede, Manuel Pizarro admitiu ser “mesmo incompreensível é que nós não sejamos capazes, em todos os hospitais, de organizar um sistema que evite que os bombeiros tenham de ficar à espera para que as suas macas sejam disponibilizadas. É isso que eu espero verdadeiramente seja resolvido”.
O ministro da Saúde reconhece que não é uma situação generalizada em Portugal, mas sim de uma situação que abrange “meia dúzia de hospitais”, o que significa que “em todos os outros [hospitais] já foram encontradas soluções”.
“Eu posso aceitar e compreender que perante um grande fluxo de utentes os profissionais de um hospital não tenham condições de dar resposta com a prontidão que nós todos desejaríamos. Temos de trabalhar muito para que isso seja possível”, acrescentou.
O governante admitiu que é, no entanto, “mais difícil de compreender que não se organize um sistema que permita que os doentes sejam colocados em macas do hospital, libertando a maca dos bombeiros”.
A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) irá decidir, esta segunda-feira, se as corporações vão passar a cobrar uma taxa aos hospitais que retenham macas de ambulâncias, uma penalização que pode chegar aos 300 euros por sete horas.
O conjunto de sobretaxas a aplicar aos hospitais pela retenção das macas das ambulâncias deverá ser aprovada, esta segunda-feira, na reunião do Conselho Executivo da LBP.
A medida vai ser também um dos temas da reunião que a LBP vai manter, na terça-feira, com a direção executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
