Os guardas feitos reféns nos motins simultâneos ocorridos em prisões do Equador são pelo menos 178. A crise em curso no país alastrou esta quinta-feira a mais estabelecimentos prisionais.
O Serviço Nacional de Atenção Integral às Pessoas Privadas de Liberdade (SNAI) precisou, em comunicado, que há 158 guardas prisionais e 20 administrativos entre os funcionários mantidos como reféns nas prisões das cidades meridionais Machala, Loja, Cuenca e Azogues, das centrais Latacunga e Ambato e da setentrional Esmeraldas.
Esta série de motins é parte de uma escalada de violência protagonizada esta semana pelos grupos do crime organizado no Equador. A escalada incluiu ameaças contra universidades, instituições estatais e empresas, sequestros e atentados contra polícias, veículos incendiados, explosões e até um ataque armado a uma estação de televisão na cidade de Guayaquil.
Os acontecimentos deram-se quando o Governo do Presidente Daniel Noboa, de 36 anos — eleito no outono com a promessa de restaurar a segurança no país -, se preparava para pôr em prática o seu plano para recuperar o controlo das prisões equatorianas.
Muitos destes estabelecimentos prisionais são dominados internamente por grupos criminosos, cujas rivalidades fizeram desde 2020 mais de 450 mortos entre os reclusos. Essa violência estendeu -se às ruas e fez do Equador um dos países mais violentos do mundo.
O Equador está a ser devastado pela violência depois de se ter tornado o principal ponto de exportação da cocaína produzida nos vizinhos Peru e Colômbia. Os homicídios aumentaram 800% entre 2018 e 2023, passando de seis para 46 por 100.000 habitantes. Em 2023, registaram-se 7.800 homicídios e foram apreendidas 220 toneladas de droga.