Religião. Um em cada sete cristãos é perseguido em todo o mundo

De acordo com o relatório da ONG ‘Portas Abertas’, os mais de 365 milhões de pessoas em questão “são o número mais elevado dos últimos 31 anos”.

Segundo indica o novo relatório da ONG brasileira ‘Portas Abertas’, um em cada sete cristãos em todo o mundo são perseguidos. De acordo com o mesmo documento, os mais de 365 milhões de pessoas em questão “são o número mais elevado dos últimos 31 anos”. 
A Coreia do Norte mantém-se no topo da lista, seguida pela Somália e Líbia, revela a Lista Mundial da Perseguição 2024 que diz respeito ao período entre outubro de 2022 e setembro de 2023.

“Em 31 anos de pesquisa registámos um aumento constante na perseguição anticristã em termos absolutos. 2023 foi um ano recorde”, afirmou o diretor da ‘Portas Abertas’, Cristian Nani.

Segundo o relatório, entre os atos hostis para com os cristãos estão “agressões, tortura, sequestros; em casos extremos, assassinatos”. No entanto, “não se trata apenas de violência física”, já que também foram registados “maus-tratos e pressões diárias no local de trabalho, no acesso aos cuidados de saúde, à educação e aos locais de culto, e uma burocracia muitas vezes debilitante”.

Recorde-se que a Lista Mundial de Perseguição do Portas Abertas é criada todos os anos. O relatório aponta que a organização conta com o apoio “de cristãos perseguidos em mais de 70 países”. Já o trabalho de campo, é realizado graças a numerosas “redes locais”. Além disso, conta com cerca de 4 mil pessoas envolvidas, entre elas, investigadores, especialistas e analistas. 

O mesmo documento alerta que existem cerca de 100 países “potencialmente afetados pelo fenómeno da perseguição” e destes surge todos os anos uma lista de 50, que representam “situações mais preocupantes de perseguição e discriminação contra cristãos pertencentes a todas as denominações e confissões”.

Na Ásia, por exemplo, 2 em cada 5 cristãos sofreram “elevados níveis de perseguição e discriminação por razões de fé”, sendo por isso a macrorregião do mundo mais afetada por esta chaga. Segue-se África (1 em cada 5) e América Latina (1 em cada 16).

Em comparação com o último relatório, os países que registaram um “nível extremo” de perseguição aumentaram de 11 para 13. 

De acordo com o mesmo documento, a Nicarágua foi o país que mais posições subiu na lista: passou da 50ª para a 30ª posição devido ao aumento da pressão resultante de processos judiciais, prisões de membros das Igreja e restrições às atividades das igrejas.


Na Ásia e no Médio Oriente – além de Pyongyang -, a situação também é preocupante no Iémen, Paquistão, Irão, Afeganistão, Índia, Síria e Arábia Saudita.