Davos ou tira-vos?

Como não amar a crème de la crème globalista sempre empossada de santa salvadora do planeta e arredores?

Fórum Económico Mundial. As elites voaram para Davos em milhares de jatos e helicópteros particulares de dezenas de milhões de dólares cada, onde se servem banquetes sumptuários e outros luxos de rajás e sultões. Tudo isso para palestrarem sobre como devemos alimentarmo-nos só de insetos, andar apenas a pé ou de bicicleta, não sairmos do nosso bairro, viajarmos somente em realidade virtual e não possuir nada. Nem sequer desejar.

Como não amar a crème de la crème globalista sempre empossada de santa salvadora do planeta e arredores mas que tem proporcionado a maior engorda de sempre das grandes fortunas?

Neste seu palco-palácio, a presidente da Comissão Europeia declarou que «a principal preocupação para os próximos dois anos não são os conflitos nem as alterações climáticas. É a desinformação».

Para von der Leyen «os governos detêm muitas das alavancas para lidar com os grandes desafios do nosso tempo, as empresas têm a inovação, a tecnologia e os talentos para fornecer as soluções para combater ameaças como as alterações climáticas ou a desinformação à escala industrial». Isto é, sem grande pejo, promoveu o censura a granel por parte das tecnológicas e já para 2024 que considerou «o maior ano eleitoral da história».

O mundo em guerra, a pobreza a engolir crianças, a recessão económica, a crise imobiliária, mas a prioridade é a desinformação. Ou seja, inimigos públicos são qualquer desvio às narrativas oficias, todo o órgão de informação independente, a menor sombra de liberdade de expressão. Está devidamente anunciada uma inédita mordaça e todos os que a denunciarem serão categorizados como terroristas, ficou estabelecido.

Mas atenção que se isto é inaudito (até por força dos meios tecnológicos) não é súbito. Veja-se o caso nacional. Em 2021, procurou-se legalizar a censura atribuindo poderes a uma Entidade autorizada a perseguir quem «produza, reproduza ou difunda» narrativas consideradas pelo Estado como «desinformação». O Estado também pretendia «apoiar a criação de estruturas de verificação de factos por órgãos de comunicação social» e «incentivar a atribuição de selos de qualidade» à imprensa considerada «fidedigna». Enfim, os governos decidiriam quem seria o detentor da verdade e quem a certificaria. Era a Carta de Direitos Humanos na Era Digital, lembram-se? Não passou por uma unha negra. Já em 2023, queriam prender quem, simplesmente, tivesse uma opinião política diferente. A lei 89/xv pretendia constituir crime de ódio criticar opiniões políticas ou ideológicas. Também foi estancada in extremis.

As democracias avançadas reconhecem que os milenares e eternos boatos, rumores, conspirações, fake news, fazem parte das sociedades (desde a coscuvilhice na soleira até à intriga corporativa) e vivem com isso, promovem a literacia informativa e mediática, o pensamento crítico e livre. Nunca a mordaça ou o lápis azul. São as ditaduras que defendem a verdade única e absoluta, contrapondo-a ao que Hitler chamou de «a Grande Mentira («Große Lüge»), silenciando e proibindo. Ou pior.

A Doutora Ursula quer controlar a informação por causa da desinformação. E se isto não te mete as orelhas no ar e aciona o ataque-fuga ou estás completamente hipnotizado, mesmerizado, zombificado… Ou já morreste e ninguém te avisou.

atomadadeposse@gmail.com

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