Los Angeles Times dispensa um quinto da redação

Foram suprimidos 2.681 empregos nas redações norte-americanas em 2023, depois de 1.808 em 2022 e 1.511 em 2021.

O jornal Los Angeles Times (LAT) vai despedir mais de um quinto da sua redação, cerca de 115 jornalistas. O anúncio acontece em plena crise dos media nos EUA.

Pelo menos 115 jornalistas do LAT serão despedidos, depois de perdas anuais de 30 milhões a 40 milhões de dólares (entre cerca de 27 milhões e 37 milhões de euros), informou terça-feira Patrick Soon-Shiong nas páginas do LAT, criado há 142 anos.

“A decisão de hoje é dolorosa para todos, mas é imperativo que atuemos rapidamente e tomemos medidas para construir um jornal viável e florescente para as gerações futuras”, disse o proprietário do jornal, multimilionário e empresário da biotecnologia.

Patrick Soon-Shiong comprou o título em 2018, por 500 milhões de dólares (cerca de 460 milhões de euros).

O LAT, que obteve 51 Prémios Pulitzer desde 1942, teve de se adaptar às turbulências da era digital, à redução das receitas publicitárias e à perda de assinantes, uma viragem difícil para numerosos títulos da imprensa tradicional. Em junho de 2023, já tinham sido eliminados 70 postos de trabalho no jornal. 

Do Washington Post, propriedade de Jeff Bezos – multimilionário e fundador da Amazon, à rádio pública National Public Radio (NPR), passando pelo Vox Media (New York Magazine, The Verge, Vox) 2023 foi  marcado por numerosos anúncios de eliminação de emprego nas redações norte-americanas. 

Também a proprietária da Time Magazine, Jessica Sibley, escreveu às suas equipas para anunciar “a difícil decisão de suprimir postos de trabalho em vários serviços”. 

Segundo um relatório divulgado pela consultora de Recursos Humanos Challenger, Gray and Christmas, no início de dezembro do ano passado, foram suprimidos 2.681 empregos nas redações norte-americanas em 2023, depois de 1.808 em 2022 e 1.511 em 2021.

Outro anúncio muito simbólico foi o do despedimento da maioria da redação da revista Sports Illustrated pela sua empresa editora, Arena Group.

As dificuldades afetam assim os meios da era da internet, como o Vice Media, em falência técnica desde maio. Também o BuzzFeed anunciou em abril o fecho do seu site BuzzFeed News, com 180 despedimentos na agenda.

Os anúncios do LAT e da Time Magazine foram conhecidos quando 400 jornalistas e empregados do grupo Condé Nast – Vanity Fair, Vogue ou GQ – fizeram greve de 24 horas na terça-feira, para protestar contra as condições de um plano de despedimentos no grupo.