Museus britânicos emprestam ao Gana objetos da corte real de Ashanti

A decisão surge após meio século de discussões entre o Palácio Manhyia e o Museu Britânico

O Museu Britânico e o Museu Victoria and Albert vão emprestar ao Gana, durante seis anos, objetos de ouro e prata da corte real de Ashanti, anunciaram esta quinta-feira os museus e o palácio real. 

Entre os objetos há uma espada Mponponso com 300 anos e um cachimbo da paz em ouro. 

A espada utilizada durante as cerimónias de juramento dos Asantehene monarcas do império Ashanti, uma organização política que existiu em um território que hoje em dia englobaria o Togo e Gana entre os séculos XVII e XIX. 

No total, são 32 os artefactos que foram confiscados após a terceira guerra Anglo-Ashanti, em 1874.

“Os objetos de ouro e prata associados à corte real de Ashanti serão expostos em Kumasi no final deste ano, no âmbito de um empréstimo a longo prazo do Museu Britânico e do Museu Victoria and Albert”, revelaram os dois museus britânicos num comunicado conjunto.

“Muitos destes artefactos serão expostos no Gana pela primeira vez em 150 anos”, acrescentaram. No Gana, serão expostos no Museu do Palácio Manhyia, em Kumasi, sede do reino de Ashanti, durante um período máximo de seis anos, revelou o palácio real britânico. 

A decisão surge após meio século de discussões entre o Palácio Manhyia e o Museu Britânico, e coincide com três acontecimentos importantes para o reino tradicional dos Ashanti, um dos principais grupos étnicos do Gana.

O primeiro é o  150.º aniversário da guerra de 1874, depois  a celebração do centenário do regresso do rei Asantehene Agyeman Prempeh I do exílio após ter sido banido e ainda o jubileu de prata do atual governante, Asantehene Osei Tutu II, suspenso do trono em 1999.