Portugal registou em 2023 cerca de mil transplantes de órgãos, o maior número de sempre no país. “Os números são ainda preliminares e muito positivos. Terá havido, em 2023, 966 órgãos transplantados e esse é, de facto, o maior número de sempre, ultrapassando em muito o número do ano anterior e o recorde anterior, que já era de 2009”, disse esta sexta-feira o ministro da Saúde.
No final da sessão de abertura das II Jornadas Nacionais de Doação de Órgãos, que decorrem em Coimbra, Manuel Pizarro salientou o facto de a transplantação de órgãos estar limitada à disponibilidade de órgãos que possam ser transplantados.
“Nós colhemos habitualmente órgãos em dadores que já faleceram, colhemos também em dadores vivos, mas evidentemente que essa é uma atividade que será sempre limitada. Estamos a falar, sobretudo da doação de rins e, nalguns casos muito específicos, na doação de fígado”, acrescentou.
O governante referiu ainda a hipótese de se aumentar a colheita de órgãos em doentes que estão em paragem cardiorrespiratória. “Durante um determinado tempo de paragem cardiorrespiratória, ainda será possível colher órgãos com viabilidade”, afirmou o também médico.
“Isso exige uma grande sofisticação na organização dos hospitais, mas também a adequação do quadro legal, para que, com todas as garantias éticas em relação às pessoas em causa, seja possível obter esses órgãos que podem salvar vidas”, acrescentou Pizarro.
Nas jornadas, a presidente do conselho diretivo do Instituto Português do Sangue e da Transplantação indicou que foram transplantados 966 órgãos e colhidos 1.060. “É a melhor série temporal em relação a rim, no que toca a dador falecido e dador vivo, a pulmão e a pâncreas”, frisou Maria Antónia Escoval.
Os dados são preliminares e deverão ser publicados no final de abril, princípio de maio.