A melhor avaliação do fracasso da governação socialista dos últimos 8 anos foi feita pelo próprio Pedro Nuno Santos no final de dezembro quando disse: «Não quero o país a arrastar os pés». O problema é que quem manteve o país a arrastar os pés foi o próprio Pedro Nuno Santos, do lado de António Costa, que substituindo como secretário-geral do PS não inova nada. Reforça apenas que no largo do Rato não se aprende com os erros e insiste-se na fórmula do desastre que trouxe o caos ao SNS, o descalabro à Escola pública, o fracasso das políticas de habitação e transportes, a ineficácia da Justiça, o desperdício de fundos comunitários, da PAC, ao PRR, o definhamento da classe média e o crescimento indigno do número de portugueses no limiar da pobreza, próximo de 4,4 milhões.
Quem durante 8 anos nos fez arrastar os pés, não será agora capaz agora de nos fazer correr e saltar obstáculos. Por isso, as escolhas em 10 de março serão entre a continuação do PS e do fracasso, ou a única alternativa capaz de trazer esperança e melhores tempos, a AD.
A política precisa de senso e de lucidez. E o delírio de promessas exóticas à nossa volta, do BE ao Chega, ajuda a perceber que a vitória da AD é uma questão de interesse nacional que transcende em muito o PSD e o CDS.
O BE propôs novos impostos sobre a banca, para financiar encargos na habitação e o Chega copiou a ideia e aumentou a parada, para propor esses impostos e a transformação do PRR em subsídios, o que vindo de quem diz ser contra a subsidiodependência, mostra a pantomina.
O BE propôs um imposto sobre os lucros das gasolineiras e o Chega copiou a ideia e aumentou a parada elevando-o a 40%. Conviria alguém avisar a Mariana Mortágua e o André Ventura que quem pagaria o imposto não seriam as empresas, mas sim os consumidores, sobre quem fariam incidir os novos encargos.
O BE propôs o aumento das pensões mínimas até ao valor do salário mínimo e o Chega copiou-lhe a ideia, mas sem pegar na máquina de calcular, facto normal, porque os populistas radicais não fazem contas. Acontece que em conjunto garantiriam um rombo permanente nas finanças públicas de 14 mil milhões de euros, todos os anos, equivalente a 8 aeroportos do Montijo, 2 aeroportos de Alcochete, 5 TAP, o dobro de todos os impostos pagos anualmente por todas as empresas em Portugal, mais de dois terços do orçamento total do Serviço Nacional de Saúde e quase 50% mais do que o orçamento para a Educação. É obra.
De comum com José Sócrates, o BE e o Chega mostram a capacidade de levarem Portugal à bancarrota, só que mais rápido.
Já o PS pode desdobrar-se agora em promessas a tudo e a todos, que isso não lhe altera a essência. O PS não se define pelo que diz a 2 meses das eleições, mas sim pelo que fez durante 8 anos nas governações. São os últimos 8 anos que mostram a essência do PS. Os últimos 2 meses são só a propaganda. É a essência que os eleitores têm de avaliar em 10 de março.
A essência do PS está no partido que em 8 anos bateu recordes de carga fiscal, quando a inflação disparou, não atualizou os escalões de IRS, quando o preço dos bens alimentares essenciais era absurdo, recusou o IVA zero durante um ano, quando as taxas de juro dos créditos à habitação colocaram famílias em risco, impediu o desconto desses aumentos no IRS.
A essência do PS está também no lançamento do mais imoral dos impostos, que Pedro Nuno Santos pretende, o imposto sucessório. Mantendo-se o PS no poder, a apropriação do esforço dos outros será até à campa. Nem na morte os contribuintes se livrarão do fisco.
Por último, há dias, o PS usou o Governo para enviar um SMS a 2,7 milhões de pensionistas dizendo: «A sua pensão foi aumentada, consulte o novo valor no recibo na Segurança Social Direta». Todos sabemos o que isto significa.
Um partido que age assim, já não merece perder eleições só por incompetência, mas também por razões de princípio e de decência.
A vitória da lucidez e do senso comum
O delírio de promessas exóticas à nossa volta, do BE ao Chega, ajuda a perceber que a vitória da AD é uma questão de interesse nacional.