O governo do Chile descreveu os vários incêndios florestais que atingem o país como a maior tragédia em 14 anos. Na madrugada deste domingo contavam-se 51 mortos.
“Depois do sismo de 2010, os incêndios florestais em Valparaíso serão a situação de emergência que mais vítimas gerou no Chile nos últimos tempos”, disse a ministra do Interior,
Carolina Tohá referia-se ao sismo de 27 de fevereiro de 2010, que causou a morte de 525 pessoas e milhares de feridos, provocando ainda um tsunami que chegou a atingir a costa do Japão.
“Temos ainda uma grande parte do território que não é acessível, consequentemente não temos um levantamento completo das vítimas nem das casas e infraestruturas danificadas”, acrescentou Carolina Tohá, alertando que o número de mortos deverá continuar a aumentar.
O prefeito de Viña del Mar, uma das cidades mais afetadas pelo incêndio, disse que há 372 pessoas desaparecidas. 43 mil hectares já tinham ardido na região central de Valparaíso, onde está localizada a zona de Viña del Mar, cujas praias são populares no atual verão no hemisfério sul.
As autoridades disseram que pelo menos 1.100 casas foram destruídas, quatro hospitais e três lares de idosos tiveram que ser evacuados e pediram a milhares de pessoas para abandonarem as suas casas.
Na sequência dos incêndios, Gabriel Boric impôs o estado de exceção, de modo a “ter todos os meios necessários”. As autoridades mobilizaram 19 helicópteros e mais de 450 bombeiros para combater as chamas.
“Temos todas as nossas forças mobilizadas para combater os incêndios florestais no centro e sul do país”, disse o chefe de Estado, na rede social X (antigo Twitter).
As autoridades estabeleceram um recolher obrigatório noturno a partir das 21h00 para facilitar o fornecimento de combustível às equipas de emergência.
Desde quarta-feira que a temperatura está próxima dos 40 graus Celsius no centro do Chile e em Santiago.
A onda de calor ameaça a Argentina, Paraguai e Brasil nos próximos dias.