A maior parte do povo português tem todas as razões para se sentir profundamente revoltado com o estado a que o pais chegou, depois de 8 anos de Governo do PS.
Mas o que estará em causa no próximo dia 10 de março não será a escolha do mais radical, ou do que grita mais alto, mas sim da alternativa mais estável, credível, com quadros qualificados, capaz de dar um novo rumo a Portugal.
Significa que a revolta que muitos portugueses sentem, tem de ser transformada em mudança positiva, construtora e reformista, e não em protesto ruidoso, mas estéril, que só ajudará o PS a manter-se no poder.
As eleições de 10 de março não serão eleições a duas voltas, à francesa.
Não será possível, fazer primeiro um ‘voto de revolta’, e depois um ‘voto de mudança’ para retirar o PS do poder.
Quem optar pelo voto da revolta nos populismos radicais, estará a dar a vitória ao PS e a impedir a oportunidade da mudança, com custos graves para si próprio.
Quem, podendo optar pela mudança na AD, optar pelo protesto nos populismos radicais, estará a criar as condições para ter no dia seguinte um PS no Governo muito pior, bem mais radicalizado, a cobrar ainda mais impostos sobre os salários, a propriedade e as empresas, provavelmente com o BE também sentado nos bancos do poder. Essa sim, seria a mais trágica das injustiças.
Devemos ter presente que a melhor avaliação do Governo socialista e de Pedro Nuno Santos foi feita pelo próprio Pedro Nuno Santos no final de dezembro, quando disse: “Não quero o país a arrastar os pés”.
Sucede que Pedro Nuno Santos foi um dos rostos mais impressivos do Governo de António Costa.
Por seu lado, a melhor avaliação de Pedro Nuno Santos foi feita por António Costa, quando o arredou do Governo e quando mais tarde, reunido com o Presidente da República, sugeriu Mário Centeno para a sucessão no cargo de primeiro-ministro. Desta forma, António Costa foi a primeira pessoa a confessar e assumir que o atual secretário-geral do PS, não reunia um mínimo de condições para liderar o executivo.
Seja como for, o que é facto é que, em conjunto, António Costa e Pedro Nuno Santos representam os recordes de carga fiscal, o colapso do Serviço Nacional de Saúde, a destruição da Escola pública, o fracasso das políticas de habitação que o atual secretário-geral do PS tutelou durante três anos, os erros nas políticas de transportes, os cortes indignos na agricultura, que deixam agora produtores e empresas à beira da falência, 4 milhões de portugueses no limiar da pobreza e um em cada três jovens forçados a sair de Portugal, esmagados por uma taxa de desemprego na sua faixa etária superior a 20%.
Em 10 de março os portugueses poderão dizer se querem mais disto, ou pretendem mudar de vida. Para essa mudança, só a AD conta realmente. Como sempre aconteceu nos momentos decisivos da nossa democracia, saberão certamente fazer a escolha certa.
O primado da mudança sobre o protesto
Quem optar pelo voto da revolta nos populismos radicais, estará a dar a vitória ao PS e a impedir a oportunidade da mudança.