Grupo VITA vai apresentar proposta sobre indemnizações a vítimas de abusos na igreja

Desde a sua formação, esta estrutura já realizou formações junto das comissões diocesanas, bem como agendamento de outras ações para trabalhar em rede com outras estruturas da Igreja.

O Grupo Vita informou, esta segunda-feira, que vai apresentar, ainda este mês, uma proposta de compensação financeira às vítimas de abusos sexuais na Igreja Católica portuguesa.

A estrutura criada pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), coordenada pela psicóloga Rute Agulhas, tem vindo a prestar apoio e acompanhamento, a vítimas de crimes sexuais em ambiente eclesiástico.

Num comunicado divulgado, o Grupo VITA adianta que a : “CEP solicitou também ao Grupo VITA uma proposta concreta sobre como poderão vir a ser definidos e operacionalizados os processos de reparação financeira, que será apresentada durante o presente mês”.

A estrutura refere já ter recebido 71 pedidos de ajuda e realizado 45 atendimentos, e espera receber em fevereiro, mais pessoas que terão sofrido abusos sexuais no contexto da Igreja Católica portuguesa.

“Na sua maioria, as situações reportadas dizem respeito a pessoas adultas vítimas de violência sexual na infância ou adolescência, existindo também situações de adultos especialmente vulneráveis”, lê-se na nota.

O Grupo VITA indicou ainda que existem 13 pessoas que estão sujeitas a acompanhamento psicológico ou psiquiátrico regular, e que outras oito foram direcionadas para este apoio e encontram-se numa fase inicial do processo.

A estrutura reconhece que, estes primeiros oito meses de trabalho refletem um balanço positivo e nota um “processo gradual de confiança” entre as vítimas e o Grupo, que tem procurado trabalhar em rede com outras estruturas da Igreja.

Desde a sua formação, o Grupo VITA já realizou formações junto das comissões diocesanas, bem como agendamento de outras ações para trabalhar em rede com outras estruturas da Igreja.

O relatório da Comissão Independente, que faz este mês um ano da sua divulgação “foi um ponto de viragem determinante para a Igreja Católica em Portugal que, desde então, não mais pode alegar o desconhecimento de situações sexualmente abusivas ocorridas no seu seio. As situações de violência sexual existem em todos os quadrantes da sociedade, e a Igreja não é exceção”, lembrou o Grupo VITA, que prevê apresentar o segundo relatório de atividades em Fátima no dia 18 de junho.

O Grupo VITA tem uma linha de atendimento telefónico (91 509 0000) e também um formulário para sinalizações, já disponível no ‘site’ www.grupovita.pt.