O Serviço Nacional de Saúde (SNS) anunciou, esta segunda-feira, que pretende adotar ferramentas de Inteligência Artificial (IA), devidamente validadas e supervisionadas por especialistas, na dermatologia.
A entidade de saúde acredita que esta implementação possa assegurar diagnósticos mais rápidos e precisos, numa área onde o acesso a respostas é difícil.
Tomás Pessoa e Costa, medico dermatologista, que lidera este projeto, afirmou, citado pela Lusa, que a escolha da aplicação já se encontra em concurso público, sendo que uma das condições é que já esteja validada cientificamente.
O médico explica que: “Em vez de ir sobrecarregar o médico de família, cada pessoa poderá fotografar com a aplicação e depois, se exigir um risco, é enviada para o dermatologista com prioridade alta”.
O profissional de saúde referiu que este sistema irá servir, também, aqueles que não têm médico de família atribuído e que, “caso não exista risco, o doente ficará tranquilizado, com indicações de que, se o aspeto mudar, deve fazer nova verificação”.
“Esta medida irá permitir encurtar o prazo de tratamento em muitos meses das lesões graves e colocar os doentes no sistema”, completou Tomás Pessoa e Costa.
O SNS, em parceria com os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde e a Administração Central dos Sistemas de Saúde, lançou “uma linha de financiamento que suportará uma solução de inteligência artificial que permitirá aos profissionais de saúde e aos utentes do SNS fotografar as lesões dermatológicas com potencial neoplásico, usando o telemóvel, e receber uma avaliação do respetivo nível de risco”.
Num comunicado divulgado, o SNS explica que: “Esta ferramenta de Inteligência Artificial permitirá rentabilizar o tempo dos dermatologistas do SNS, qualificando a resposta aos casos com maior probabilidade de malignidade”.
Fernando Araújo, diretor do SNS, afirma, citado na nota, que esta solução faz parte da estratégia prometida de “utilizar tecnologias inovadoras para melhorar o acesso, a eficiência e a qualidade dos cuidados de saúde em Portugal”.
A IA, prossegue o diretor, é “uma ferramenta complementar no diagnóstico e tratamento de doenças dermatológicas e coloca o SNS entre os sistemas de saúde mais inovadores e tecnologicamente mais disruptivos”.
Espera que o concurso, que já foi lançado com um valor indicativo de 75 mil euros, esteja concluído até ao final do primeiro semestre do ano.