Os agricultores da região Oeste estão concentrados, esta quinta-feira, no Bombarral para seguir em marcha lenta, pela Estrada Nacional 8 (EN8), até às Caldas da Rainha, como forma de protesto contra os problemas que o setor agrícola enfrenta.
A marcha lenta foi convocada e organizada pelo Movimento Cívico de Agricultores da Região Oeste. Os profissionais agrícolas, segundo explica José Marcelino, citado pela agência Lusa, querem “pressionar todos os partidos políticos sem exceção para porem na agenda da campanha eleitoral como pensam resolver os problemas da agricultura e, quem possa vir a ganhar as eleições, para olhar de outra maneira para a agricultura, que comece a pensar que temos de ter um Ministério da Agricultura bastante forte para que defenda a agricultura cá dentro e na Europa”.
Os agricultores não desejam nenhuma reunião com a Ministra da Agricultura, nem com o atual Governo, pois “ela nunca existiu e nunca quis saber de nós e, como está de saída, não faz sentido reunirmos com ela”.
O movimento realça que, um dos principais problemas do setor, é a desigualdade de regras de controlo rigoroso de qualidade dos produtos agrícolas importados exigidos aos produtores portugueses.
“Não podemos estar a receber produtos que vêm fora da Europa com pesticidas que nós já não usamos há muitos anos e, se queremos o bem do consumidor, as regras têm de ser as mesmas”, explicou
José Marcelino destaca que existe uma “diferença muito grande” de preços entre o produtor e o consumidor, sendo que outros dos problemas, para os quais os agricultores defendem medidas, passam pelos elevados custos do gasóleo verde e da eletricidade verde, a carga fiscal e a demora na execução de infraestruturas para retenção e regadio agrícola.
“Não podemos deixar a água ir toda para o mar [quando chove] e não a aproveitarmos. Tem de haver investimento para não se passar o mesmo que está a acontecer no Algarve”, sublinhou.
Os agricultores reuniram-se pelas 07h30 de quinta-feira, junto ao hipermercado do Grupo Sonae no Bombarral, e partiram, em marcha lenta, pela EN8, em direção a Óbidos, onde irão juntar-se a mais agricultores na Igreja da Nossa Senhora da Pedra.
Depois seguem pela mesma estrada até às Caldas da Rainha, tendo prevista uma paragem no largo da feira, por cima da unidade de Caldas da Rainha do Centro Hospitalar do Oeste, e circulação pelo centro da cidade, com passagem em frente à delegação do Oeste da Direção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo