Jair Bolsonaro foi eleito Presidente em 2018 devido a um descuido do sistema. Trata-se de um capitão do Exército Brasileiro que passou 28 anos como deputado federal (1990-2018) sendo uma voz isolada no Congresso. Mais notoriamente a partir de 2010 passa a ser uma figura rara por posicionar-se fora do politicamente correto. Tachado de racista, fascista e tudo mais o que você imaginar, tornou-se o deputado mais votado do estado do Rio de Janeiro em 2014, mesmo ano que ele me elegia em São Paulo para deputado federal com 82.224 votos – em 2018 eu me tornaria o deputado mais votado da história do Brasil com 1.843.735 votos.
Sua ascensão meteórica jamais foi levada a sério, pois nunca se viu um Presidente que não gastou sequer USD 1 milhão em sua campanha ser eleito. Com apoio ‘apenas’ do povo nas ruas e nas redes sociais, tendo contra os políticos tradicionais, a grande imprensa e outros poderosos chegou lá.
Enquanto Presidente resgatou o Brasil da herança de Dilma (PT). Foi a maior crise política, ética e econômica desde a fundação da República em 1889. Mas para tal teve que desagradar vários poderosos. O sistema se reinventa. Batalhamos para aprovar no Congresso o projeto do voto impresso, para ao menos haver uma possibilidade de auditoria ou recontagem de votos. Em vão, pois em 2021 o então presidente do TSE (tribunal superior eleitoral), ministro do STF Luiz Roberto Barroso, ‘dialogou’ sabe-se lá o que com onze presidentes de partidos e a matéria foi sepultada. Lembro aqui que é o STF quem julga deputados e senadores.
Assim, fomos para mais uma eleição às escuras. A de 2022, marcada pela presidência do ministro do STF Alexandre de Moraes, Bolsonaro foi o único candidato da história impedido de fazer transmissões ao vivo de sua residência, de mostrar em sua propaganda na TV imagens de seus discursos na ONU, discurso na embaixada da Inglaterra por ocasião do funeral da Rainha Elizabeth, de usar imagens do dia da independência ou mesmo de criticar Lula vinculando o ex-presidiário com seus amigos ditadores Maduro e Ortega da Nicarágua e etc. Alexandre de Moraes se deu poderes para deletar qualquer post da internet – e usou muito! Um documentário da Brasil Paralelo sobre a facada sofrida por Bolsonaro em 2018 foi censurado mesmo antes de ser visto pelas autoridades!
Assim, ainda que você creia que as maquininhas usadas em nossa eleição sejam invioláveis, foi uma eleição notoriamente desigual – e nem contra todas as atrocidade do sistema contra Bolsonaro.
O sentimento de indignação levou populares a invadir a sede do três poderes num domingo de janeiro. Mesmo sem nenhuma autoridade em Brasília – Bolsonaro estava vivendo nos EUA neste momento – já que janeiro é férias, sem nenhum pretenso ditador para assumir o poder, sem apoio das Forças Armadas, sem nenhum tiro dado ou arma apreendida, esta foi a desculpa perfeita para que o ministro do STF Alexandre de Moraes fosse designado, sem sorteio, para presidir um inquérito acerca de um pretenso ‘golpe’ – sim, lembra o incêndio do Congresso alemão de 1933. Este é o cenário pelo qual Alexandre de Moraes, que se diz vítima deste atos, acusa, julga e manda sua fiel unidade da Polícia Federal bater na casa e trabalho de parlamentares de direita, como o líder da oposição Carlos Jordy e Delegado Ramagem.
Acreditem, não cheguei nem na metade dos casos bizarros. Busquem pelo caso do deputado Daniel Silveira, condenado a nove anos de cadeia por fazer um vídeo contra o STF e mesmo após receber o perdão presidencial de Bolsonaro segue preso. Ou acerca da juíza Ludmila Lins Grilo hoje exilada e que teve sua aposentadoria cortada por Moraes e, ainda, os jornalistas Alan dos Santos, Paulo Figueiredo e Rodrigo Constantino, exilados nos EUA e agora com seus passaportes brasileiros cancelados pelo ilustríssimo juiz do STF – EUA não extraditam jornalistas por crime de opinião.
Neste sistema, onde não importa mais a lei, passa a ser plausível a prisão de Bolsonaro e seus filhos, não por corrupção, por assassinato, enriquecimento ilícito nem nada assim, mas por pura vingança de um sistema ressentido por ter visto um Presidente que botou os interesses populares acima dos da elite.
Deus salve o Brasil! l
Deputado Federal do Brasil (PL-SP)