Ainda pouco conhecido, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, pode vir a ser, com seu colega de Goiás, Ronaldo Caiado, a liderança que o centro democrático procura para virar a página da polarização Lula-Bolsonaro, direita-esquerda.
Empresário que liderou a indústria local, começou na política em 2018 como governador de Mato Grosso, onde a produção da soja e do milho é relevante no Brasil, além de tradição na pecuária. No primeiro mandato, tomou medidas duras, eliminou subsídios, diminuiu o tamanho do setor público, prestigiou os órgãos de segurança. Nos primeiros anos, chegou a ser vaiado aonde ia em função das medidas duras para recuperar as finanças públicas. Colocou contas em dia, diminuiu o endividamento, garantiu as propriedades contra invasões de movimentos esquerdistas e, em 2022, foi reeleito com 70% dos votos. Até o final do mandato, em 2026, terá concretizado o maior programa de obras rodoviárias públicas e o ferroviário, com recursos privados. Vai aumentar a lucratividade da produção local.
Estas realizações, ao lado de uma boa presença na mídia nacional atraída pelo seu sucesso, começam a fazer crescer o seu nome. Mauro Mendes tem 60 anos e diz que seu futuro político dependerá do sucesso de sua atual gestão. Assume o combate à violência e a ligação com o setor privado. Tudo que o país sensato aspira.
Para anotar e conferir.
VARIEDADES
• Carnaval mostrou sua força, sendo hoje atração em todo o país e não apenas no Rio de Janeiro. A ocupação hotelaria andou pelos, perto dos noventa por cento no Rio e no Nordeste. Um reforço para o setor aéreo, que vive momento delicado.
• A Gol e a Latam estão em recuperação judicial na justiça dos EUA, onde estão concentradas suas dívidas. A Azul, terceira empresa brasileira, vai ganhando espaços e avança nas rotas internacionais mais lucrativas, que são Miami, Nova York, Lisboa e Paris. Nenhuma das três tem participação do estado.
• Avanço da dengue marcou a semana do carnaval e a vacinação vai crescendo, embora dependente do produto que vem do Japão.
• O pronunciamento do Papa sobre a bênção a católicos que vivam em relação homoafetiva alimenta debate no mundo católico. Como o Papa não foi muito claro, setores ditos ‘progressistas’ interpretam como podendo ser uma bênção conjunta em evento particular, que permite ser interpretado como solenidade de casamento. Normalmente por religiosos que não usam dos sinais visíveis recomendados e militantes de esquerda. Divisão nas dioceses e até mesmo paroquias.
• Economistas independentes acreditam que o sinal amarelo para a economia brasileira neste ano foi aceso. Enumeram a dívida interna – um trilhão de euros aproximadamente –, o aumento das empresas em dificuldades e os gastos do governo. O crescimento a ser registrado deve-se exclusivamente aos gastos das câmaras em ano eleitoral. O que não é sustentável.
• Jornais impressos populares são os mais vendidos no Rio e em Minas. São eles: Meia Hora, no Rio, fundado pelo empresário e jornalista luso-brasileiro Nuno Vasconcelos, e Supernotícia, em Minas, do grupo do jornal O Tempo. O Globo é o mais lido entre os tradicionais acima da Folha de S. Paulo e do Estadão, todos os três com tiragens inferiores há 20 anos e muito abaixo dos dois populares.
• Repercutiu no Rio de Janeiro a morte de André Jordan ocorrido em Lisboa. André teve relevância na vida empresarial, social e cultural da cidade nos anos cinquenta, quando trabalhava com o pai, Spitzman Jordan. Foi um dos fundadores da Bossa Nova. Escreveu o livro O Rio que passou em Minha Vida.
Jornalista