O debate televisivo entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos justificou notas e horas de comentários. Mas se o líder da AD tem vencido com consistência e credibilidade todos os debates e assim sucedeu uma vez mais, não é pelo desempenho de uma hora que os portugueses vão querer mudar de vida. É pelos 8 anos trágicos de uma governação que trouxe o colapso ao Serviço Nacional de Saúde, a instabilidade à escola pública, a inoperância à justiça, a revolta às forças de segurança, que fracassou nas políticas de habitação e transportes, esmagou a classe média com impostos e tem 4 milhões de pessoas no limiar da pobreza, com Portugal a cair sucessivamente nos rankings da UE.
O socialismo consegue pouco mais do que distribuir pobreza, precisamente porque ataca todas as formas de criação de riqueza. Querer enriquecer em Portugal é pecado e os impostos são uma espécie de castigo.
Espantosamente, num outro debate, Pedro Nuno Santos perguntou sobre Portugal: o que é que não funciona?
A resposta é simples. Nos últimos 27 anos, o PS governou 20. O que não funciona é o socialismo e pelo que se viu no trajeto como ministro, Pedro Nuno Santos também não funcionará como primeiro-ministro.
Aliás, como é que os portugueses podem confiar em alguém cujas promessas duram 24 horas?
No sobredito debate com Luís Montenegro, Pedro Nuno Santos esclareceu, contrariando a posição originária, que não inviabilizaria um governo da AD com maioria relativa. Foi louvado por comentadores, que leram nas palavras impressionante maturidade e teve notas (estranhas), dignas dos melhores alunos. 24 horas depois voltou à primeira forma, para dizer que afinal já não viabiliza coisa nenhuma. Fica a esperança de que os comentadores refaçam as notas e a bondade.
Também por isso, o Luís Montenegro venceu o debate. Não fez uma única promessa com o adversário à frente que não tencionasse cumprir, num compromisso com os eleitores que é feito de verdade e não de reserva mental. Não obstante, Pedro Nuno Santos acrescentou à reviravolta outra contradição esclarecedora, confessando que no caso maioria relativa da AD, formará governo com a extrema-esquerda, podendo.
Acontece que nos Açores o PS não tem qualquer possibilidade de formar governo com o BE e o PCP. Sendo assim, qual o motivo de se aliar ao Chega na Região Autónoma, para derrubar o governo da AD que venceu legitimamente, liderado pelo José Manuel Bolieiro?
A razão é simples: se Pedro Nuno Santos quer parecer moderado a semanas de eleições, continua a ser o radical que teorizou e forçou a geringonça em 2015. Os eleitores deveriam ter muito mais respeito por um radical assumido, do que por um moderado encenado.
Para o que importa, o que Pedro Nuno Santos confessou tencionar fazer em 2024, supera em muito o radicalismo de 2015. Em 2015 a geringonça manteve o BE e o PCP nos bancos da Assembleia da República. Mas em 2024 o PS quer levar o BE e o PCP para os bancos do governo, talvez com Mariana Mortágua na pasta da Economia ou das Finanças e Paulo Raimundo no ministério do trabalho. Ninguém merece.
Cabe aos portugueses decidirem mudar de vida. Nas eleições legislativas teremos na AD a nova esperança, com quadros capazes, experiência e credibilidade, que trará crescimento, com preocupações sociais, devolverá eficácia e humanismo ao SNS, credibilidade à Escola pública, resultados às políticas de Habitação e Transportes e credibilidade às instituições democráticas. Façamos juntos este caminho.
Até 10 de Março.
Presidente do CDS/PP