CFP. Um terço das empresas públicas não financeiras em falência técnica

A entidade liderada por Nazaré da Costa Cabral assinala que o desequilíbrio económico tem vindo a implicar “a necessidade de reforços de capital por parte do acionista público para evitar a deterioração da situação financeira e patrimonial das empresas”

Mais de um terço das empresas não financeiras do setor público apresentavam capitais próprios negativos em 2022. A situação indica falência técnica, divulgou esta quarta-feira o Conselho das Finanças Públicas (CFP).

De acordo com a análise do CFP sobre o setor empresarial do Estado, apesar da recuperação registada em vários indicadores económicos em 2022, um terço das empresas não financeiras “ainda apresentavam capitais próprios negativos em 2022, indicando uma situação de falência técnica”.

Entre estas, destaca o CFP, cinco concentram mais de 92% do valor negativo global do setor, com “destaque para a Parvalorem e para o Metro do Porto”.

Segundo a análise, citada pela agência Lusa, as restantes 57 empresas não financeiras consideradas nesta análise apresentavam capitais próprios positivos, com cinco delas a concentrarem mais de 81% do valor total positivo do setor.

As empresas não financeiras do Setor Empresarial do Estado (SEE) continuam a demonstrar um desequilíbrio económico, apesar de terem melhorado resultados. Em 2022 registaram um resultado líquido negativo de 1,2 mil milhões de euros, valor que compara com as perdas de 1,9 mil milhões de euros em 2021.

De acordo com os dados, apenas 33 das 87 empresas alcançaram resultados líquidos positivos em 2022, num total de 441 milhões de euros (em 2021 tinham sido 27 empresas). As restantes 54 registaram prejuízos de 1,6 mil milhões de euros (dos quais 162,5 milhões de euros decorrentes da TAP SGPS, a empresa a registar o maior prejuízo).

O setor da saúde foi o que acumulou mais prejuízos em 2022, num total 1,3 mil milhões de euros, representando cerca de 80% do resultado líquido negativo do SEE daquele ano.

A entidade liderada por Nazaré da Costa Cabral assinala que o desequilíbrio económico tem vindo a implicar “a necessidade de reforços de capital por parte do acionista público para evitar a deterioração da situação financeira e patrimonial das empresas”.