Recorde de ataque de escorpiões em São Paulo

Uma vez capturados, os escorpiões são levados para o Instituto Butantan, onde contribuem para a criação “do soro que é usado em casos de picadas”. No entanto, em 99% dos casos essa medicação é desnecessária.

O estado brasileiro de São Paulo registou em 2023 um recorde de 43.817 ataques de escorpiões. O anúncio deste sábado das autoridades é apontado como um sinal das alterações climáticas, 

De acordo com uma especialista das autoridades locais, os escorpiões encontram nas grandes cidades as condições ideais para se reproduzirem. O facto é acentuado pelo aumento da temperatura, que lhes disponibiliza mais alimento.

O estado de São Paulo, com cerca de 46 milhões de habitantes, não registava tantas picadas de escorpião desde 1988. Foi neste ano que estes incidentes começaram a ser contabilizados.

O aumento dos ataques de escorpião amarelo, a espécie mais presente na cidade, está relacionado com a sua capacidade de reprodução de modo autónomo, “sem a necessidade de outro escorpião”.

Nesse sentido, o município de São Paulo está a desenvolver ações de fiscalização e captura desses animais nos esgotos dos bairros considerados de risco, além de promover campanhas de alerta junto da população.

Apesar de terem sido encontrados originalmente em áreas florestais no vizinho estado de Minas Gerais, o biólogo explicou que os escorpiões acabaram por chegar às grandes cidades através do transporte de verduras, lenha e materiais de construção.

Uma vez capturados, os escorpiões são levados para o Instituto Butantan, em São Paulo, onde contribuem para a criação “do soro que é usado em casos de picadas”. No entanto, em 99% dos casos essa medicação é desnecessária.

A única exceção são crianças com menos de dez anos, porque “o veneno está mais concentrado”.