Temperaturas altas vão perdurar até maio

O El Niño atingiu o seu pico no mês de dezembro, e tem vindo a enfraquecer desde então.

Espera-se que o fenómeno climático, El Niño, que é responsável pelo aumento das temperaturas, continue, pelo menos, entre março e maio, e que termine entre abril e junho.

A Organização Meteorológica Mundial (ONM) prevê que o El Niño, que atingiu o seu pico em dezembro, e que dura, por norma, entre  9 a 12 meses, vá “continuar a afetar o clima global nos próximos meses”.

Num relatório divulgado, esta terça-feira, a ONM sustenta que existe 60% de probabilidades de estas condições persistirem de março a maio, e 80% de probabilidades de as condições meteorológicas se tornarem neutras (sem impacto do El Niño), de abril a junho.

A instituição meteorológica, sediada em Genebra, espera que este fenómeno climático, que está associado à previsão de temperaturas à superfície do mar invulgarmente elevadas na maior parte dos oceanos do mundo, resulte em temperaturas acima do normal na maior parte das zonas terrestes, nos próximos três meses.

Os investigadores explicam que, depois do desaparecimento do El Niño, se possa vir a desenvolver, mais tarde no ano, o ‘La Ninã’, um fenómeno associado a um clima mais frio do que o normal, contudo, estas previsões ainda são “incertas”.

A ONM, para além do El Niño e do La Niña, a ONM espera que se registem anomalias positivas de temperatura, na maior parte do hemisfério norte, com exceção ao extremo sudeste da América do Norte, e também na maior parte das zonas terrestres do hemisfério sul.

A secretária-geral desta agência, da Organização das Nações Unidas (ONU), Celeste Saulo, citada no relatório, explicou que o El Niño, que se forma de forma irregular, em intervalos de dois a sete anos, “tem um impacto na temperatura global especialmente no ano seguinte ao seu desenvolvimento, neste caso em 2024”.

A responsável sublinha,  “a temperatura da superfície do mar em janeiro de 2024 foi, de longe, a mais alta alguma vez registada no mês de janeiro”, contudo, apesar do impacto deste fenómeno climático, a especialista argentina explica que os “os gases com efeito de estufa são inequivocamente os principais culpados”, pelo aumento anormal das temperaturas.