Marcha lenta na EN125 deverá contar com 300 agricultores e 200 máquinas

A marcha lenta foi convocada pela, recém-criada, Comissão para a Sustentabilidade Hidroagrícola do Algarve (CSHA),

A organização da marcha lenta, que irá decorrer, esta sexta-feira, na Estrada Nacional (EN) 125, entre Boliqueime e Almancil, esperta que se reúnam, no protesto, 300 agricultores e 200 máquinas agrícolas.

Os agricultores estão a concentrar-se, desde as 09h00, no campo de futebol de Boliqueime, de onde depois, seguirão para a EN 125. Alguns dos tratores levavam consigo cartazes onde se leem frases como,  “Água é vida, agricultura é alimento”, “Só percebemos o valor da água depois de a fonte secar” ou “As nossas árvores precisam de água para dar frutos”.

Os profissionais da agricultura estão em protesto contra as medidas de gestão de água, aplicadas ao setor, que dizem ser injustas. “Somos também empresários iguais ao do turismo, mas no turismo não há qualquer restrição aos novos investimentos e na agricultura é proibido haver novas áreas regadas”, explicou o presidente da Associação de Regantes do Sotavento Algarvio, Macário Correia, citado pela Lusa.

O antigo presidente das câmaras de Faro e Tavira, explica que não pode existir um “tratamento desigual para a agricultura, relativamente a outros setores de atividade”, sendo esta, uma das razões para que foi convocada a marcha lenta.

José Oliveira, responsável da Associação de Operadores de Citrinos do Algarve (AlgarOrange), referiu, citado pela Lusa, que “não há equidade” nas medidas do Executivo, uma vez que os cortes anunciados para uns setores “não têm anda a ver com a agricultura”, e que podem levar à seca “de muitos hectares” de pomares.

“Não achamos justo, achamos que é possível fazer de outra maneira”, acrescentou o José Oliveira, referindo que o problema da água no Algarve não é um problema da agricultura mas sim da região e do país.

A marcha lenta, que está prevista que se realize até às 14h00, foi convocada pela, recém-criada, Comissão para a Sustentabilidade Hidroagrícola do Algarve (CSHA), que irá, nas vésperas das eleições legislativas, no domingo, 10 de março, apresentar algumas reivindicações que defende serem urgentes para o setor, dirigidas ao próximo Governo.