Ferraz da Costa já tem autorização para medicamento produzido à base de canábis

“Este produto é a primeira preparação especialmente formulada para fins medicinais de uma empresa 100% portuguesa” e depois da introdução no nosso país terá como destino o mercado europeu.

A FAI Therapeutics do grupo Iberfar já tem, por parte do Infarmed, a autorização de colocação no mercado (ACM) para um produto farmacêutico à base da planta de canábis para fins medicinais.

“Este produto é a primeira preparação especialmente formulada para fins medicinais de uma empresa 100% portuguesa e está sujeito a receita médica especial que limita o uso aos casos em que os tratamentos convencionais não produzem os efeitos esperados ou provocam efeitos adversos relevantes”, revela em comunicado.

Joana Ferraz da Costa, CEO da FAI Therapeutics e administradora do grupo Iberfar, afirma que “conhecendo o rigor da monitorização do Infarmed é com grande satisfação que recebemos esta primeira autorização para uma ACM nossa”.  E acrescenta: “Sabemos que temos condições para entrar em força neste mercado, desde a fase da cultura biológica até à formulação e distribuição final, cobrindo toda a cadeia de valor e obtendo assim um produto com grande qualidade e consistência.”

A este primeiro produto, que é uma solução oral de CBD, seguir-se-ão outros à base de THC e da associação dos dois compostos “para uma maior flexibilidade de utilização pelos médicos subscritores no quadro da legislação vigente”.

O objetivo é que depois da introdução no mercado português, o produto seja exportado para o mercado europeu, que está em reorganização profunda após as alterações legislativas na Alemanha.

Pedro Ferraz da Costa já veio admitir que “a maior dimensão da produção, que se pretende atingir, viabilizará um aumento considerável da área cultivada e o recurso à contratação da produção agrícola a outros agricultores” que aposta na importância económica desta atividade agrícola e industrial.

De acordo com a informação disponibilizada, este produto é indicado para dor crónica, associada a doenças oncológicas ou ao sistema nervoso; espasticidade associada à esclerose múltipla ou a lesões da espinal medula; náuseas e vómitos resultantes da quimioterapia, radioterapia e terapia combinada de HIV e medicação para a hepatite C; estimulação do apetite nos cuidados paliativos de doentes sujeitos a tratamentos oncológicos ou com SIDA e síndrome Gilles de la Tourette.

Recorde-se que, a FAI Therapeutics tem como objetivo “trazer inovação à área da canábis medicinal e inteiramente dedicada ao cultivo, extração, I&D, produção, formulação e comercialização de produtos à base de planta de canábis para fins medicinais”, refere o mesmo comunicado.

Através da aliança entre as três empresas do Grupo Iberfar – Agrovete para a produção agrícola, Iberfar para a produção industrial e Ferraz Lynce para a comercialização e exportação – a FAI Therapeutics “assegura toda a cadeia de valor, da semente até ao doente, em condições de total segurança terapêutica e ambiental”.