Um grupo de apoiantes do movimento Climáximo escreveu este domingo a frase “Fechar centrais de gás” na ponte do museu MAAT. O movimento atirou ainda tinta vermelha contra a sede da EDP, em Lisboa.
“Várias apoiantes do coletivo Climáximo escreveram a frase ‘Fechar centrais de gás’ na ponte do museu MAAT [Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia] e pintaram a sede da EDP esta manhã, num protesto contra os ataques mortíferos desta empresa”, indicou o movimento em comunicado enviado às redações.
O movimento diz estar contra o ‘greenwashing’ – alegada divulgação de falsas práticas ambientais sustentáveis, através de ações de ‘marketing’ e publicidade – que diz ser praticado pela empresa.
A porta-voz da ação defendeu que a tomada de espaços culturais e desportivos, bem como publicidade “não apaga a realidade” e acrescentou que a EDP fechou centrais a carvão “sem garantir as condições de justiça e de trabalho para os trabalhadores, ao mesmo tempo que bloqueou uma real transição energética”.
Sata Gaspar acusou ainda a EDP de ser responsável por deixar Portugal “preso à utilização de gás ‘natural’”, combustível que disse ter sido introduzido no país em 2000, numa altura em que a empresa e os governos “sabiam perfeitamente que fazê-lo era condenar milhares de pessoas à morte”, através dos incêndios e da seca, por exemplo.
O coletivo exige o encerramento das centrais de produção de eletricidade através de gás fóssil ainda este ano, através da adaptação da rede elétrica e de “um ‘mix’ energético renovável”. Para isso, defende, é necessário criar “milhares de novos postos de trabalho público” nas áreas do clima e energias renováveis.
“Só será possível alcançar estas mudanças se as pessoas deixarem de consentir com a guerra que as empresas e os governos declararam contra as pessoas e o planeta. A publicidade e os patrocínios que legitimam o mercado fóssil em todos os espaços públicos são criminosos. Estas são empresas com planos assassinos, que têm de ser tratadas como tal e travadas”, concluiu a bióloga Sara Gaspar.